Governo de SP fez acordo com o PCC para cessar ataques no Estado

Depoimento obtido com exclusividade e divuldago na manhã desta seunda-feira (27) pelo jornal “O Estado de S. Paulo” mostra que representantes da cúpula do governo estadual fizeram um acordo com o chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, para pôr fim à onda de ataques da facção criminosa, em maio de 2006. A reunião foi feita dentro do presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes.
A declaração, do delegado José Luiz Ramos Cavalcanti, foi dada durante depoimento em processo judicial que investigou advogadas supostamente ligadas ao crime organizado. Ele foi um dos escolhidos pelo governo para participar do encontro em 2006. Apesar de essa possibilidade ter sido divulgada na época dos atentados, o governo do Estado sempre negou o acordo com o PCC e admitiu apenas que a conversa com Marcola foi uma condição para a rendição da facção.
O acordo institucional entre o governo de São Paulo e o PCC, teria sido feito pelo então governador Cláudio Lembo (antigo PFL), que assumiu após a renuncia do cargo pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que saiu para disputar às eleições daquele ano para o senado. Segundo informações, esse acordo foi feito nas vésperas das eleições e teria beneficiado tanto ao próprio Alckmin como a eleição de José Serra (PSDB) ao governo de SP.