O governador Ricardo Coutinho inaugurou, nesta segunda-feira (19), a Escola Estadual Cidadã Integral Técnica de Serra Branca, no Cariri paraibano. Com investimentos de R$ 17,6 milhões, a escola tem quadra poliesportiva, dois laboratórios especiais, laboratórios de informática e de línguas, entre outras melhorias, beneficiando 1.440 alunos diariamente.
Do Blog: Bem que nosso estado do RN, poderia seguir o exemplo do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, aqui está bem diferente, tem escola fechada para reforma a muitos anos, outras caindo aos pedaços.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta segunda (19) que “quem ferrou o Brasil foram os economistas” e que sua equipe econômica não terá direito de errar.
A equipe está sendo montada pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. “Eles são parte importante do nosso plano de governo. Eles não podem errar, não têm o direito de errar”, disse Bolsonaro, em entrevista em frente à sua residência, no Rio.
Nesta segunda, o presidente eleito confirmou a indicação do economista Roberto Castello Branco para a comandar Petrobras em seu governo. O atual presidente, Ivan Monteiro, pode ser convidado para presidir o Banco do Brasil, onde iniciou sua carreira.
Da equipe econômica, já foi definido também o nome dos presidentes do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Joaquim Levy. O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida, foi convidado a permanecer no cargo.
Na entrevista, Bolsonaro disse que Guedes escolhe os nomes e o presidente eleito “avaliza embaixo”. “Eles não podem voltar atrás, [se] tomar decisão fica complicado voltar atras, porque o mercado vê como sinal negativo”, afirmou.
Perguntado sobre a política de preços da gasolina, disse que tem conversado com a equipe econômica sobre o tema, mas que parte da solução depende dos governos estaduais, já que o ICMS é parte importante do preço final do combustível.
“Tenho conversado com eles. Vocês sabem que eu não sou economista. E quem ferrou o Brasil foram os economistas, tá certo? Mas eu tenho bom senso e sei o que o povo quer na ponta da linha”, afirmou.
“Sem canetaços, sem a mão grande por parte do governo, querem um combustível mais barato, um gás cozinha mais barato. Mas grande parte depende dos governadores dos estados, que botam o ICMS lá em cima”, concluiu. Com informações da Folhapress.
O PT criticou duramente nesta segunda feira (19) o anúncio do economista Roberto Castello Branco como futuro presidente da Petrobras no governo de Jair Bolsonaro (PSL). …
Ao se retirar do Programa Mais Médicos, Cuba forçou o Brasil a lidar com uma encrenca que fora enviada à UTI em 2013 e vinha sendo mantida desde então em coma induzido. De repente, o país foi forçado a lembrar que faltam médicos nos fundões miseráveis do mapa e nas beiradas empobrecidas das regiões metropolitanas. Ao ordenar aos seus doutores que façam as malas, a ditadura de Havana ofereceu aos similares nacionais a oportunidade de informar à opinião pública brasileira se fazem parte da solução ou se integram o problema.
“O Brasil conta com médicos formados no país em número suficiente para atender às demandas da população”, apressou-se em informar o Conselho Federal de Medicina em nota oficial divulgada na semana passada. Há cinco anos, quando os cubanos começaram a desembarcar no Brasil, a mesma entidade reagiu com o fígado: ”Não admitimos uma medicina de segunda para os mais carentes. Até porque quem está no governo, quando adoece, vai para hospitais de primeira linha.”
Faltou dizer que, numa cidade sem médico, não há medicina de segunda nem de primeira linha. Em localidades assim, o que há são doentes desassistidos, tratados como seres humanos de última linha. Ninguém se lembra. Mas nessa mesma época em que a corporação pegou em bisturis para defender sua reserva de mercado, o médico cubano Juan Delgado, recebido com vaias no aeroporto de Fortaleza, iluminou com poucas palavras a falta de nexo da revolta dos jalecos nacionais.
“Vamos ocupar lugares onde eles não vão”, disse Juan na ocasião. “Impressionou-me a manifestação. Diziam que somos escravos, que fôssemos embora do Brasil. Não sei por que diziam isso, não vamos tirar seus postos de trabalho. Isso não é certo. Seremos escravos da saúde, dos pacientes doentes, de quem estaremos ao lado todo o tempo necessário. Os médicos brasileiros deveriam fazer o mesmo que nós: ir aos lugares mais pobres prestar assistência.”
Nesta terça-feira, o Diário Oficial da União publicou um edital oferecendo a médicos brasileiros cerca de 8,5 mil vagas ocupadas por cubanos. A novidade foi anunciada na véspera pelo ministro Gilberto Occhi (Saúde), num encontro com prefeitos. No mesmo evento, Michel Temer declarou que nenhum município ficará “desprovido” de assistência médica. Acredita quem quer. Duvida quem tem juízo.
No início do ano, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) divulgou estudo chamado “Demografia Médica 2018”. Pode ser lido aqui. Revelou a existência de uma quantidade recorde de médicos no Brasil: 452 mil profissionais. Em teoria, isso garantiria 2,18 médicos para cada mil habitantes. Algo muito próximo da taxa registrada em países desenvolvidos como o Canadá (2,7 médicos por mil habitantes) ou Reino Unido (2,8).
O problema é que 63,8% dos médicos brasileiros estão no Sudeste (41,9%), no Sul (14,3%) e no centro-oeste (7,6%). Mais da metade (55,1%) encontra-se nas capitais. O Ministério da Saúde informa que os médicos cubanos distribuíram-se em 2.885 cidades, das quais 1.575 não dispunham de um mísero doutor verde-amarelo. A grossa maioria dos profissionais enviados por Havana foi para áreas paupérrimas do Norte e do Nordeste. Outra parte ficou em áreas periféricas de centros urbanos. A saída dos cubanos deixará sem médico 28 milhões de potenciais pacientes.
A pergunta que se impõe é: quantos profissionais brasileiros toparão ocupar as vagas dos “escravos” cubanos? A julgar pela nota do Conselho Federal de Medicina, as 8,5 mil vagas oferecidas pelo Ministério da Saúde não serão preenchidas facilmente. A entidade condiciona o deslocamento dos médicos a uma inexistente “carreira de Estado”, ao provimento de improvável “suporte” logístico e “remuneração adequada”.
Afora o salário de R$ 11,5 mil mensais, não há garantias quanto ao resto. Em vídeo divulgado no inicio do mês, o conselho dos médicos expôs o modelo de saúde pública que espera ver implantado com a posse dos governantes e legisladores eleitores em outubro (assista abaixo). Se o deslocamento dos médicos para as áreas desassistidas depender do surgimento do mundo idealizado pelos doutores, os doentes miseráveis podem cair de joelhos e rezar por um milagre.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta segunda-feira, 19, uma ampla discussão no Parlamento sobre cortes nos gastos públicos. “O debate será difícil, polêmico e árido, mas vai resolver problemas. A gente precisa dar solução definitiva”, declarou. Maia discursou durante encontro de prefeitos promovido pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), em Brasília, ao lado do presidente Michel Temer.
“Chegou um determinado momento da vida pública em que não há mais espaço orçamentário para que a gente continue atendendo demandas sociedade. Não é responsabilidade do presidente Temer, mas o governo federal ficou caro”, avaliou Maia. Ele destacou como exemplo que o salário dos servidores públicos federais representa 67% a mais do que o seu equivalente no setor privado.
Maia afirmou também que é necessário ter menos recursos concentrados na União e mais recursos livres para que prefeitos possam implementar políticas públicas que vão ajudar vida da população, como pleiteia a CNM. “Brasília não deve e não pode ter esse poder sobre a sociedade, precisamos ter coragem de discutir despesas brasileiras”, disse.
Em sua fala, Maia contou que chegou a argumentar com partidos de esquerda que o problema da União não é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que limita gastos públicos, encabeçada pelo governo Temer, e sim que “não tem mais de onde cortar (recursos) para atender saúde e educação porque está tudo comprometido com alguns pontos muito justos e outros muito injustos”.
O parlamentar também defendeu que é preciso tratar de “forma muito transparente” a questão da reforma da Previdência e negou que objetivo da proposta seja “tirar dos que tem menos”. “O sistema tem que ser igual para todos, tem que ser financiado, com déficit zero e possibilidade de capitalização, porque essa conta cai todos os dias no colo de cada um de vocês. A cada vez que temos déficit, é um novo imposto pensado.”
Ele disse que hoje a maioria dos municípios é no máximo gestora de direitos humanos, mas é preciso que os prefeitos voltem a ser “gestores do futuro das vidas das famílias brasileiras”.
CIDADE DO VATICANO, 18 NOV (ANSA) – O papa Francisco afirmou neste domingo (18) que “a injustiça é a raiz da pobreza” e pediu para os fiéis ouvirem o “grito dos pobres, cada dia mais forte, mas também menos escutado, sufocados pelo barulho de alguns ricos” A declaração foi dada durante a missa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, pela ocasião da 2ª edição da Jornada Mundial dos Pobres, dia instituído pelo Pontífice.
“O clamor dos pobres é diariamente cada vez mais forte, mas a cada dia menos escutado, já que é dominado pelo barulho de alguns ricos, que são cada vez menos, mas mais rico”, alertou.
Francisco também pediu para os fiéis clamarem por “graça para ouvir o grito de quem vive em águas tumultuosas”. “É o grito dos muitos Lázaros que choram, enquanto diversos ricos fazem banquetes com aquilo que justamente pertence a todos”, acrescentou.
A celebração contou com a presença de pelo menos seis mil pessoas, entre elas sem-abrigo, indigentes, imigrantes, além de voluntários e representantes das associações que prestam diariamente assistência às minorias.
Na homilia, o líder da Igreja Católica ainda ressaltou que Deus pede para todos os cristãos reconhecerem “aqueles que têm fome e sede, o estrangeiro e o despojado da sua dignidade, o doente e detido”.
“Vejamos o que sucede em cada uma das nossas jornadas: entre tantas coisas, fazemos alguma gratuitamente, fazemos alguma coisa àqueles que não têm como corresponder?”, questionou Francisco.
Logo depois da missa, Jorge Mario Bergoglio participou de um almoço coletivo com mais de três mil pobres. Segundo dados da Oxfam, organização britânica que reúne instituições de combate à pobreza, pelo menos 3,7 bilhões de cidadãos – metade da população global – não registraram aumento em sua riqueza no ano passado.
A Prefeitura de Jucurutu divulga na última terça-feira (13), a grade de atrações que estarão no palco do Maior Natal do Rio Grande do Norte.
Com o tema “Natal em Jucurutu, o RN celebra aqui!”, as festividades acontecem na Praça da Matriz e já fazem parte do Calendário Oficial de Eventos do Rio Grande do Norte.
De acordo com os organizadores farão parte do casting de apresentações: Xodó Nordestino, Edy Vaqueiro, Alex Pereira e Mastruz com Leite, e nos intervalos Dj Boy na Mídia e Dj Alexandre Meira.
O Natal em Jucurutu movimenta a economia local/regional e atrai turistas de todos os estados da Região Nordeste.
A Prefeitura de Jardim de Piranhas, através da secretaria municipal de saúde, unidades de saúde e profissionais da área, deram início às atividades do Novembro Azul, mês de conscientização para os cuidados com a saúde masculina. O tema da campanha este ano é ‘Saúde Integral do Homem’, em que nas atividades estão sendo abordados, além do câncer de próstata, os cuidados com infecções sexualmente transmissíveis, hipertensão, diabetes e outras doenças.
Estão sendo realizadas rodas de conversa e salas de espera sobre assuntos relacionados à saúde do homem; avaliações de saúde (antropometria, hipertensão arterial, glicemia); testagem de HIV e sífilis e orientações sobre como prevenir as infecções sexualmente transmissíveis etc. As ações acontecem em vários locais diferentes durante todo o mês. Essa semana, profissionais da Estratégia Saúde da Família, NASF e Agentes Comunitários de Saúde realizaram atividades na igreja evangélica Assembléia de Deus, na praça Plínio Saldanha, no centro da cidade, no clube CAP (ação direcionada aos idosos), nas unidades básicas de saúde da zona urbana e na UBS da comunidade Campo da Paz, na zona rural, além das áreas onde há concentração de atividades físicas na cidade. As ações tem continuidade nos próximos dias e se estendem até o fim do mês.
O Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em segunda sessão extraordinária nesta segunda-feira, 19, realizou o processo eleitoral para elaboração da lista tríplice com os nomes dos candidatos a reitor e vice-reitor para o mandato 2019-2023. O documento será encaminhado ao Ministério da Educação (MEC), com a posterior nomeação para o cargo de reitor pela Presidência da República.
A lista é composta em ordem de número de votos dos conselheiros, que elegeram em maioria os professores José Daniel Diniz Melo e Henio Ferreira de Miranda, candidatos respectivamente a reitor e vice-reitor. As chapas seguintes são formadas pelas professoras Maria das Graças Soares Rodrigues e Sandra Kelly de Araújo, como reitora e vice, além de Edilene Rodrigues da Silva e Jean Joubert Freitas Mendes, respectivamente, para os cargos de reitora e vice-reitor.
A escolha do Consuni aconteceu após a consulta à comunidade universitária na última terça-feira, 13, que contou com 8.988 votos para a chapa 01 – ‘Nossa UFRN’, representada por Daniel Diniz e Henio Ferreira, do total de 9.537 votantes. De acordo com a reitora da UFRN, Ângela Maria Paiva Cruz, a consulta representa um ato democrático em respeito a todos os integrantes da instituição, que têm direito ao voto livre, como sinal de aceitação aos candidatos eleitos.
O ex-prefeito de Natal e candidato derrotado ao governo do RN, Carlos Alves está tentando uma boquinha no governo de Jair Bolsonaro.
Para ser aproveitado num cargo federal, Carlos Eduardo Alves está propondo ao deputado eleito, General Girão seu apoio sua possível candidatura a prefeito de Natal.
O prefeito Álvaro Dias tem que ficar com seus olhos abertos.
Jair Bolsonaro, presidente eleito, continua em campanha e segue firme na determinação de dar a problemas reais, urgentes, concretos, que mexem com a vida de milhões de pessoas, respostas que têm apelo não mais do que moral.
Ou por outra: ele tem uma solução simples e errada para cada problema difícil que chega às suas mãos. Quando não, baixa nele o Conselheiro Acácio, aquela personagem de Eça de Queirós que tinha sempre, na ponta da língua, algo óbvio, ululante e inútil a dizer quando diante de um desafio.
No caso do risco de uma massa imensa de brasileiros pobres ficar sem médicos, com a debandada dos cubanos, Bolsonaro afirmou a seguinte maravilha neste domingo: “Se nós dermos o tratamento adequado, isso vai ser resolvido”. O presidente eleito está afirmando o seguinte: “Se tudo der certo, vai dar tudo certo…” Podem acreditar que sim.
A Câmara Municipal de Natal realiza amanhã dia 20 de novembro a Sessão Solene de entrega da Comenda Zumbi dos Palmares, às 18h. Na ocasião, os parlamentares homenagearão personalidades que desempenham um papel de destaque no combate ao racismo. A solenidade é uma iniciativa dos mandatos de Fernando Lucena, criador da comenda, e Natália Bonavides, do Setorial de Combate ao Racismo do PT e da Secretaria de Combate ao Racismo da Cut.
Participam do evento vereadoras e vereadores, as homenageadas e homenageados Sebastiana Elpídio, Cleiber de Souza, Fernando Wanderley, Marília Negra Flor, Nação Zambêracatu dentre outras e outro divulgados posteriormente, amigos e familiares.
Do caso da fazenda Vale do Rio Cristalino, no Sul do Pará, que pertencia à Volkswagen, durante a ditadura militar, até os das grandes marcas de vestuário e da construção civil hoje, respeitáveis corporações já foram envolvidas em denúncias relacionadas ao trabalho análogo ao de escravo. Mais de 53 mil pessoas foram libertadas, desde 1995, em operações de fiscalização do governo federal e um número maior do que isso permaneceu nessas condições porque não conseguiu denunciar sua situação.
Alguns dos que agora erguem a voz contra a ”escravidão” de médicos cubanos nunca abriram a boca para dar um pio sequer de solidariedade nesses casos supracitados. E sabe por quê? Porque não dão e nunca deram a mínima se um trabalhador escravizado vive ou morre, nos campos ou nas cidades. Querem apenas ganhar sua guerra ideológica e política particular usando as ferramentas que têm em mãos, dobrando as definições legais sobre esse crime se necessário.
Uma investigação conduzida pela Procuradoria Regional do Trabalho da 10a Região considerou que o modelo de remuneração do acordo entre Brasil e Cuba para o Mais Médicos representa discriminação de trabalhadores cubanos, pois nossa lei garante isonomia salarial e direitos trabalhistas – o que venho defendendo desde 2013. Contudo, a mesma investigação do Ministério Público do Trabalho afirmou também que, nem de longe, a situação assemelha-se a trabalho escravo. O problema é que, nesta era de pós-verdade, as opiniões calcadas em emoções são mais importantes do que fatos apurados por órgãos competentes.
Ou seja, se for para atacar Cuba e, com isso, constranger o programa Mais Médicos vale a pena batizar qualquer coisa de trabalho escravo, esgarçando seu conceito legal. Criam-se os maiores malabarismos a fim de explicar que aquilo pode se enquadrar nessa forma de exploração – que, de acordo com o artigo 149 do Código Penal, caracteriza-se por trabalho forçado, servidão por dívida, condições de degradantes de trabalho ou jornada exaustiva.
Façamos uma experiência: vamos ampliar o conceito e considerar esses médicos como escravos. Mas com o compromisso de que, assim que o último cubano for ”libertado”, passaremos a resgatar todos os trabalhadores brasileiros em fazendas, indústrias, comércio, serviços, vítimas de irregularidades trabalhistas, que passariam a ser ”escravos” também devido a essa forçação de barra. Ou seja, se fossemos por esse devaneio, o problema sairia da casa de dezenas de milhares para cerca de 17 milhões de pessoas – 8% do país – em estimativas conservadoras de juízes e procuradores ouvidos por este blog.
Libertado da escravidão perdeu o dedo no serviço. Essa era a água que era obrigado a beber (Foto Leonardo Sakamoto)
Uma luta tem sido travada junto aos Três Poderes, nos últimos anos, envolvendo políticos, organizações sociais, juízes, procuradores, defensores públicos, empresários, servidores públicos, entre outros, para evitar que a definição legal de escravidão contemporânea seja desidratada. Em outubro do ano passado, por exemplo, o governo Michel Temer publicou uma portaria do Ministério do Trabalho mudando as regras da fiscalização e tornando irrelevantes as condições em que os trabalhadores se encontram para a caracterização de escravidão. A partir dela, escravo seria apenas quem estivesse preso sob vigilância armada. Após intensa pressão da sociedade e da imprensa, as mudanças foram suspensas pelo Supremo Tribunal Federal. E, com isso, o governo voltou atrás.
Mas o oposto também tem sido feito: há uma luta para evitar que tudo seja chamado de trabalho escravo. Porque se tudo é escravo, nada é de fato. Durante a campanha, Jair Bolsonaro criticou o enfrentamento à escravidão contemporênea, citando dados equivocados sobre a fiscalização. Falou do caso de uma mulher grávida que teria sido considerada como submetida à escravidão porque foi exposta à aplicação de agrotóxico. O que não procede. De acordo com a área de fiscalização do Ministério do Trabalho, uma irregularidade como essa não configura o crime. Esse tipo de declaração do presidente eleito, ao tentar ampliar o escopo do que é trabalho escravo para ajudar sua argumentação, é um desserviço ao setor empresarial brasileiro por levar à insegurança jurídica.
Quando o Mais Médicos foi anunciado há cinco anos, afirmei que uma coisa é a política pública em si, de levar médicos estrangeiros ao interior do Brasil em áreas carentes, que – a meu ver – está correta. Outra, muito ruim, foi a ideia equivocada de não pagar a totalidade do salário diretamente ao trabalhador.
Como já expliquei aqui, o acordo com a instituição cubana responsável pelos profissionais, firmado via Organização Panamericana de Saúde (Opas), prevê que um ”imposto” seja cobrado dos médicos que estiverem em missão no Brasil. O valor líquido repassado é de R$ 3 mil, enquanto o governo cubano fica com R$ 8,8 mil, pagos mensalmente – menos uma taxa operacional que fica com a Opas. Além desse valor, os médicos também recebem auxílio-moradia e auxílio-alimentação das prefeituras.
De um lado, defensores desse modelo apontam que ele é correto por ser o pagamento por uma missão médica contratada de outro país e que o valor da dedução não é tão maior que os impostos sobre renda cobrados em alguns países. De outro, críticos afirmam que o ideal seria que os médicos recebessem o mesmo que profissionais de outras nacionalidades e, caso necessário, o Brasil pagaria, à parte, pelo serviço da empresa cubana de saúde.
Como já dito acima, a Procuradoria Regional do Trabalho da 10a Região considerou que há discriminação de trabalhadores cubanos, pois nossa lei garante isonomia salarial. Mas que isso, nem de longe, assemelha-se a trabalho escravo.
Trabalhadores produzindo peças para oficina responsabilizada por trabalho escravo. Foto: MPT/Divulgação
Entrevistei dois médicos cubanos que faziam parte do programa e atuavam em um município na Grande São Paulo, como expliquei aqui no texto de ontem. Bem quistos pelos moradores no posto de saúde, rechaçaram as denúncias de que estariam submetidos a esse tipo de exploração. ”Escravos não têm esses privilégios”, afirmou um deles, Mario. Ele disse que como sua família tem à disposição um sistema educacional e de saúde gratuitos em Cuba, que funcionam, e que fez faculdade de medicina, residência e mestrado sem ter que pagar pelos cursos, livros ou materiais, acha justo colaborar para que esse sistema continue funcionando.
Nem todos acham justo, contudo. E, por conta disso, o mais correto à luz da nossa legislação é a isonomia salarial com os brasileiros e pessoas de outras nacionalidades.
Alguém duvida que, quando todo esse furdúnculo desaparecer, se auditores fiscais passarem a libertar trabalhadores considerando como escravidão toda e qualquer irregularidade trabalhista do nível de gravidade da verificada pelo MPT junto aos médicos cubanos, iremos ouvir reclamações daqueles que chamarão os auditores fiscais de ”comunistas”?
Seria ótimo que esses que agora se preocupam com escravização de pessoas cobrassem do presidente eleito a garantia de que a área de fiscalização do trabalho seja protegida de influência política e econômica, de preferência em um Ministério do Trabalho que não seja rebaixado, desmembrado ou enfraquecido, e com recursos para que possa verificar toda e qualquer denúncia de escravidão contemporânea que chegue até ele. Ou exigissem que políticos parem de receber doações eleitorais de pessoas físicas que se beneficiaram desse tipo de crime. Quando defendi meu doutorado sobre trabalho escravo contemporâneo, em 2007, fiz um extenso levantamento envolvendo várias eleições e doadores, o que apontava uma esbórnia. Os cruzamentos da ”lista suja” do trabalho escravo com os doadores de campanha mostram que ela continua ainda hoje.
Em tempo: há quem fale da importância da defesa da democracia ao reclamar do relacionamento com o autoritarismo cubano, mas não se importa nem um pouco ao fazer um bom negócio com o autoritarismo chinês.
Os servidores da Assembleia Legislativa passam a receber R$ 1.400,00 de auxilio-alimentação. A decisão foi autorizada pela Mesa Diretora da Casa. Na justificativa é citado que “o valor atual está vigente desde maio de 2014”.
A dança das cadeiras no Tribunal de Justiça do RN (TJRN) mexe com a imaginação do mundo jurídico potiguar.
O ex-secretário do governo do senador Garibaldi Filho (MDB), Lindolfo Sales, pode sentar na cadeira de diretor do TJRN, na nova gestão.
Nota do Blog Carlos Santos – O desembargador João Rebouças foi eleito recentemente à presidência desse poder. Tomará posse em janeiro próximo.
Quanto a Lindolfo, no dia 28 de abril de 2017, ele foi um dos principais alvos da “Operação Satélites 2, desdobramento da Operação Lava Jato (veja AQUI)
Lindolfo foi diretor do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) quando Garibaldi foi ministro da Previdência. Antes disso, integrava a equipe de gabinete do senador e chegou a ocupar a presidência do INSS em dezembro de 2012.
Aparece em delações premiadas da Construtora Norberto Odebrecht, que envolvem o senador com suposto recebimento de R$ 200 mil da empresa para Caixa 2 em campanha. Seria o intermediário da negociação.