O globo – O juiz Sergio Moro afirmou que vai apurar a denúncia de que houve abuso de autoridade durante as investigações sobre o sítio de Atibaia. Em depoimento nesta quarta-feira, Lietides Pereira Vieira, irmão do caseiro da propriedade, relatou que a mulher dele, conhecida como Lena, foi retirada da casa dela, por volta de 6h da manhã, e levada a prestar depoimento dentro do sítio, junto com o filho de 8 anos. Os dois foram levados por procuradores da Lava-Jato e policiais federais.
Segundo Lietides, que prestou serviços no sítio como eletricista, o menino adoeceu e faz tratamento psicológico até hoje. Lietides prestou depoimento nesta quarta-feira como testemunha de defesa de Lula no processo sobre o sítio de Atibaia.
– Ele adoeceu, dormia comigo, atracado no meu pescoço – afirmou.
O eletricista disse que a mulher ficou cerca de uma uma hora no sítio, prestando depoimento. Depois, segundo ele, ela foi levada de volta para casa. Ainda segundo Lietides, durante o tempo em que estiveram no sítio policiais e procuradores perguntaram se ela tinha visto Lula no sítio e para quem ela trabalhava.O Ministério Público e a PF ainda não foram encontrados para comentar o caso.
O pedreiro Edvaldo Vieira, outro irmão do caseiro do sítio de Atibaia, também disse ter sido visitado por procuradores do Ministério Público Federal e entregou cópia de uma gravação da conversa com os procuradores. Afirmou que se sentiu intimidado. Os relatos foram feitos a partir de perguntas feitas pela defesa de Fernando Bittar. Moro quis saber qual a relevância dos relatos e se havia alguma prova ilícita. Perguntou ainda se havia alguma ilegalidade na oitiva das testemunhas.
– Vossa excelência dirá no momento próprio – afirmou o advogado de Bittar, Alberto Toron.
Élcio Vieira, o caseiro do sítio, afirmou que o sítio sempre foi comandado por Fernando Bittar e que apenas a partir de 2013 e 2014 a família Bittar deixou de ir muito ao sítio, ao mesmo tempo em que Lula e dona Marisa passaram a frequentar mais a propriedade.
Ao final do depoimento dele, o Ministério Público Federal quis saber se ele foi orientado por Fernando Bittar e pelos advogados dele nas respostas que deveria dar.
Na explicação sobre os emails endereçados ao Instituto Lula, sobre fatos ocorridos com bichos que viviam no sítio, como pintinhos e gansos, Élcio disse que a ex-primeira dama Marisa Letícia, já falecida, gostava muito da horta e dos bichos e, por isso, pedia para ser informada se acontecesse algo com eles.