Foto: Hernando Paredes
A Arquidiocese de Natal anunciou que vai encerrar formalmente nesta quarta-feira (9) a fase local do processo de beatificação do Padre João Maria Cavalcanti de Brito, mais conhecido como Padre João Maria. A documentação será enviada para Roma para passar pela análise dos cardeais da Igreja Católica.
Segundo os representantes locais da igreja, os trâmites entre a Arquidiocese de Natal e o Vaticano, em relação ao Padre João Maria, foram iniciados em 2002. Desde 2004, o religioso possui o título de Servo de Deus, conferido aos que estão com processo de beatificação aberto.
O Tribunal para a Causa de Beatificação e de Canonização foi instalado em abril deste ano e analisou dados históricos e testemunhos acerca da vida e santidade do Padre João Maria, conhecido como o “anjo de Natal”
Nesta quarta-feira (9), uma sessão solene do Tribunal será realizada às 15h, na Catedral Metropolitana de Natal. Às 16h30, haverá uma missa em ação de graças pelo encerramento da fase diocesana, presidida pelo Arcebispo Metropolitano Dom João Santos Cardoso.
Segundo a Arquidiocese, nos próximos dias o postulador da Causa de Beatificação e de Canonização, Frei Jociel Gomes, irá a Roma, para entregar a documentação preparada pelo Tribunal ao Dicastério para a Causa dos Santos, no Vaticano, quando será iniciada a fase romana do processo.
De acordo com o Frei Jociel, a partir daí será escolhido um relator, responsável por redigir a “Positio”, que é um documento com todas as informações que serão analisadas pelas comissões histórica, teológica e pelo colégio dos bispos e cardeais.
Caso o Dicastério considere que existem provas suficientes, o papa poderá conceder o título de “venerável”, reconhecendo assim que o Padre João Maria viveu as virtudes cristãs em grau heroico.
Depois disso, a investigação de possíveis milagres continua. Se um milagre atribuído à intercessão do Padre João Maria for verificado, ele será beatificado e, com um segundo milagre, poderá ser proclamado santo.
Quem foi João Maria
João Maria Cavalcanti de Brito nasceu em junho de 1848 na Fazenda Logradouro, que pertencia ao município de Caicó e atualmente fica nos limites de Jardim de Piranhas, na região Seridó. Concluiu o curso teológico no Seminário da Prainha (Fortaleza), onde foi colega de turma dos padres Cícero do Juazeiro e Sebastião Constantino de Medeiros.
Atuou em diferentes municípios do Rio Grande do Norte e terminou seus dias em Natal. Era uma figura carismática e caridosa, que ficou conhecida principalmente pela ajuda a flagelados pela seca e pessoas vítimas de doenças como a varíola, entre o final do século 19 e início do século 20.
Mesmo após sua morte, moradores da capital potiguar atribuíram bençãos alcançadas ao padre.