O procurador-geral da República Rodrigo Janot.O procurador-geral da República Rodrigo Janot avalia que a indicação de Romero Jucá (PMDB) e de Sarney Filho (PV) para, respectivamente, assumirem o Ministério do Planejamento e o do Meio Ambiente do governo interino de Michel Temer, além da nomeação de filiados ao PSDB em áreas importantes do governo peemedebista fazem parte da estratégia para tentar obstruir as investigações da Lava Jato discutida pelo delator Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, com membros da cúpula do PMDB.

“Esse acordo vinha e segue sendo costurado neste exato momento”, afirmou o procurador-geral no pedido de prisão preventiva do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), do senador Romero Jucá (PMDB-RR) e de prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica para o ex-presidente José Sarney (1985/1990). O pedido de Janot foi protocolado no Supremo no dia 23 de maio.

Amparado no conteúdo dos áudios de conversas entre Sérgio Machado e os cardeais do PMDB, Janot enfatizou. “O intento dos requeridos (Renan, Jucá e Sarney), nessas diversas conversas gravadas, é construir uma ampla base de apoio político para conseguir, pelo menos, aprovar três medidas de alteração do ordenamento jurídico em favor da organização criminosa”, seguiu Janot, em alusão ao grupo desmascarado pela Lava Jato no esquema de propinas instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014.