13/12/2016
09:54

Beto Rosado gastou quase R$ 60 mil no posto registrado em nome do tio e de um primo

 

O deputado Beto Rosado (PP-RN), contrariando regras da Câmara, utilizou R$ 58.885,36 do dinheiro público da verba indenizatória para abastecer veículos de seu escritório político no posto de combustíveis pertencente ao tio, localizado em Mossoró-RN, seu reduto eleitoral.

O Ato da Mesa 43/2009 da Câmara dos Deputados, em seu artigo 4º, parágrafo 13, estabelece que não é permitido ao deputado ser ressarcido com dinheiro da verba indenizatória por despesas contraídas em estabelecimentos comerciais em que ele ou parente seu de até terceiro grau faça parte do quadro societário.

O posto Laser é de propriedade de Carlos Jerônimo Dix-Sept Rosado Maia e seu filho, respectivamente tio e primo do deputado Beto Rosado.

Documento publicado no portal da Câmara confirma que tio é parente consanguíneo de terceiro grau, em linha colateral.

De fevereiro de 2015, quando tomou posse na Câmara, até junho deste ano o deputado abasteceu o carro no posto do tio todo mês. Os valores consolidados em notas fiscais eletrônicas referem-se a diversos abastecimentos realizados pelo parlamentar ao longo de cada mês.

Ouvido pelo Congresso em Foco, o deputado disse desconhecer os abastecimentos feitos por seu escritório parlamentar. Ele afirmou que está ciente da regra que impede o ressarcimento de despesas efetuadas em empresas de parentes e que o seu “gabinete está desautorizado a abastecer veículos por meio da cota parlamentar no posto Laser”.

O que é a verba indenizatória

Deputados federais possuem uma verba denominada Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), com um limite para gastos que chega a mais de R$ 45 mil, dependendo do estado do parlamentar. O dinheiro é usado para despesas de transporte, alimentação, divulgação do mandato e outras. Para usufruir do benefício, o deputado precisa apenas apresentar à Câmara a nota fiscal ou recibo da despesa paga em razão de seu trabalho parlamentar.

O caso de Beto Rosado foi descoberto pela Operação Política Supervisionada (OPS), organização da sociedade civil especializada em fiscalizar despesas pagas com dinheiro da verba indenizatória.

Publicado por: Chico Gregorio

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