Este ano, a memória da abolição da escravatura é lembrada pelo movimento negro no contexto dos 30 anos da Constituição Federal que, assim como a lei abolicionista, representou um momento de reorganização da sociedade brasileira. Para os negros, a volta da democracia foi a oportunidade de legislar pelos direitos negados desde a abolição, há 130 anos.
Uma das parlamentares que participou do processo da constituinte e colocou essa questão em pauta na Câmara dos Deputados foi Benedita da Silva (PT-RJ). A deputada contou à Agência Brasil que o processo não foi fácil, porém motivou conquistas importantes.
“Nós éramos poucos e mesmo assim fizemos um grande barulho. Chegamos na Constituinte com uma proposta desafiadora, que envolvia desde a nossa imagem nos meios de comunicação, a questão da educação, a criminalização do racismo, as políticas compensatórias e a inclusão da história da África no currículo escolar brasileiro. Chegamos com muita força e não conseguimos tudo, mas nós conseguimos aquilo que foi possível”, contou a deputada.