17/04/2017
07:40

Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil (Foto: Geraldo Magela / Agência Senado)

O Estado de S.Paulo

O registro de 32 chamadas telefônicas feitas pelo ex-diretor da Odebrecht José de Carvalho Filho ao atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), em 2014, é um dos documentos apresentados pelo delator para provar o acordo e o pagamento de R$ 9 milhões não contabilizados ao grupo do PMDB.

José Carvalho apresentou, em dois anexos, o registro da planilha do Drousys – software que era usado para organizar e gerenciar o pagamento de propina – com repasses que relaciona a Padilha e ao ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência da República), sob as alcunhas “Angorá” e “Primo”, ambas atribuídas a Moreira Franco.

“Nitidamente se percebe a correlação dos dois eventos com as duas concentrações de ligações telefônicas com Eliseu Padilha”, dizem dois documentos do delator, que depois confirmou as informações em depoimento gravado em vídeo.

 

Publicado por: Chico Gregorio


17/04/2017
07:37

Por Estadão Conteúdo

O discurso de que a reforma da Previdência trata todos os trabalhadores de igual para igual foi colocado em xeque, segundo economistas, principalmente depois das últimas flexibilizações acordadas entre o governo e o relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA). Uma série de categorias continuará a ser privilegiada com regras mais brandas, como políticos e servidores públicos. Em diferentes ocasiões, o relator e representantes do governo têm destacado pontos que serão comuns à maioria dos brasileiros caso a proposta seja aprovada pelo Congresso, como a limitação do valor da aposentadoria ao teto do INSS (R$ 5.531,31). Mas outros aspectos da reforma não se aplicam de fato a todos.

Um deles é a regra de transição. Embora a reforma preveja que os políticos seguirão as mesmas exigências de idade mínima de 65 anos e tempo mínimo de contribuição de 25 anos, isso só valerá para os novos eleitos. Para conduzir os que hoje exercem mandato ao novo modelo, o texto diz que os próprios políticos deverão propor e aprovar sua regra de transição, só que não há prazo para isso. Até lá, eles continuam com as regras atuais: 35 anos de contribuição e 60 anos de idade.

“O governo deixou muito solto. Ficou muito no simbólico, talvez mais para discurso do que uma coisa realmente estruturada”, diz um economista na condição de anonimato. “O texto também é muito silente em relação a acúmulo de benefícios por políticos. Não vejo o texto sendo autoaplicável a eles, teria de ter alguma interpretação judicial.”

Nos últimos dias, o relator também lançou a ideia de permitir que os políticos tenham um plano de previdência complementar, assim como os servidores. A iniciativa exigiria que a União pagasse contribuição igual à do beneficiário, de até 8,5% sobre a parcela do salário que está acima do teto do INSS. Hoje, nenhum funcionário que exerça cargo de confiança ou político pode aderir a fundo de previdência complementar patrocinado pelo governo.

Servidores. Após um lobby intenso de professores e policiais civis e federais, que hoje têm regras especiais de aposentadoria, o governo e o relator desistiram de igualá-los aos demais trabalhadores. Com isso, eles terão de cumprir idade mínima menor, de 60 anos. O argumento oficial é que outros países mantêm a diferenciação para essas profissões, mas a decisão implica retirar do texto a proibição de qualquer caracterização de exigências por categoria.

“Isso, do meu ponto de vista, não é um demérito do governo, mas sim da sociedade”, diz o economista Paulo Tafner, do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). “Em todas as áreas, tudo o que se ouve é ‘queremos reduzir desigualdade’. A hora que tem uma proposta com enorme igualdade de tratamento, o que acontece? Grupos organizados dizem ‘queremos igualdade sim, mas para os outros’. Trata-se, do meu ponto de vista, de uma esquizofrenia social.”

A economista Ana Carla Abrão, ex-secretária de Fazenda de Goiás e filha da senadora Lúcia Vânia (PSB-GO), também acredita que o regime previdenciário brasileiro precisa ser mais justo do ponto de vista social. Ela, que é contra a diferenciação de idade mínima entre homens e mulheres, defende a unificação das regras. “Há privilégios que tornam a Previdência regressiva, ou seja, ela beneficia os mais ricos em detrimento dos mais pobres. Isso tem de mudar.”

A retirada dos servidores estaduais e municipais da reforma da Previdência também foi vista como manutenção de privilégios, além de privar os Estados de uma solução para suas finanças. A medida, anunciada como sinal de respeito à autonomia federativa, é considerada uma “excrescência” por técnicos estaduais e economistas. Ninguém garante que os Legislativos aprovarão as regras de aposentadoria nos Estados – a solução seria o relator fixar um prazo para isso, que certamente expiraria e resultaria na extensão das regras da União a todos.

O temor é que eles acabem cristalizando seus privilégios e desidratem ainda mais a reforma da Previdência.

 

Publicado por: Chico Gregorio


17/04/2017
07:32

 

Dilma foi melhor recebida que Temer

Até o Estado de São Paulo às vezes não consegue esconder que Dilma Rousseff (PT) foi afastada injustamente da presidência da república por um bando de golpistas e com o apoio desse próprio jornalão.

Em publicação de ontem (10), o famoso Estadão destaca a visita de Dilma à Europa e enfatiza a maneira respeitosa e calorosa como ela está sendo recebida por autoridades, artistas e povo em geral.

Veja alguns trechos da matéria:

Em Genebra (Suiça), “ela foi recebida pelo diretor máximo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, na sede da própria entidade, com protocolo”.

Dilma “também foi recebida pelo Conselho Mundial de Igrejas, entidade que também tem sede em Genebra e que tem se transformado em um local privilegiado de diálogos entre grupos de oposição”.

“Em seu hotel, no centro de Genebra, a ex-presidente recebeu lideranças parlamentares da Suíça”.

“Neste sábado, ela ainda será a principal convidada de um festival de cinema, que se transformou no principal evento paralelo às reuniões de direitos humanos da ONU”.

“Já na segunda-feira, ela dará uma palestra num dos principais centros de estudos internacionais da Europa. Ela falará sobre “a defesa dos direitos sociais na América do Sul”. Mais de 700 pessoas estão inscritas para assistir ao discurso”.

“Dilma ainda concedeu uma entrevista ao principal jornal da TV suíça, em horário nobre, e que vai ao ar no domingo”.

Ao tempo em que faz acenos forçados à presidenta, o Estadão destaca que o governo brasileiro, isto é, os golpistas que se instalaram no Planalto, estão muito irritados com a agenda da petista.

Em vão, o tucano Aloysio Nunes, dublê de Ministro das Relações Exteriores, tenta convencer a opinião pública internacional que no Brasil vai tudo muito bem e a democracia está a pleno vapor. Desespero.

Quando até o Estadão dá espaço à Dilma é porque as coisas vão de mal a pior no cada vez mais instável governo Temer. Já morreu e faz que não sabe.

Via Plantão Brasil.

Publicado por: Chico Gregorio


17/04/2017
05:29

Senador Romero Jucá Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

Do jornal O Estado de São Paulo:

Principais nomes do PMDB no Senado, Romero Jucá (RR) e Renan Calheiros (AL) são investigados juntos em um inquérito no Supremo Tribunal Federal que vai apurar o pagamento de R$ 5 milhões em propina pela Odebrecht. Os dois teriam atuado para aprovar uma Medida Provisória que garantiu vantagens fiscais para empresas que atuavam no exterior.

O inquérito foi baseado na delação premiada de Marcelo Odebrecht e dos ex-diretores da companhia Cláudio Melo Filho e José de Carvalho Filho. Em depoimentos gravados, Melo Filho afirma que Jucá era o responsável pelos contatos com a empresa, mas deixava claro que também falava em nome de Renan.

O pagamento teria sido realizado pelo setor de operações estruturadas da companhia, e ficou registrado no sistema Drousys sob o nome de “exportação”, para indicar a MP a qual se referia no Congresso.

Ao todo, Jucá é alvo de cinco inquéritos pela atuação que teve a favor da Odebrecht no Senado. Já Renan será investigado em quatro procedimentos. Os dois peemedebistas negam irregularidades.

Na sexta-feira, em entrevista ao programa Moreno no Rádio, da CBN, Jucá negou as acusações de recebimento de recursos por seu empenho na aprovação de MP. “Chegou-se ao cúmulo dizer que eu beneficiei empresas com MPs. Quem fala em compra de MPs não conhece como funciona o governo e o Congresso”, disse Jucá.

Em nota, Renan afirmou que  “um homem público sabe que pode ser investigado, mas isso não pode significar uma condenação prévia ou um atestado de que alguma irregularidade foi cometida”. Ele também disse acreditar que os “inquéritos serão arquivados por falta de provas como aconteceu com o primeiro deles”.

Publicado por: Chico Gregorio


17/04/2017
05:10

Acabou na última  quarta-feira, 12, a primeira fase da construção da terceira ponte sobre o Rio Potengi, na Região Metropolitana de Natal. A ponte faz parte da obra do acesso Sul ao Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante.

Essa primeira etapa contempla a implantação das vigas de sustentação da ponte. São 32 ao todo, cada uma com 34 metros de comprimento e 72 toneladas. A empresa potiguar Unimetais foi a responsável pelo transporte e implantação de todas as vigas.

A ponte terá 140 metros de extensão, quatro faixas para tráfego de veículos e uma faixa para pedestres. Ela faz parte do acesso Sul ao Aeroporto Internacional Aluízio Alves, uma obra do Governo do Estado, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

O acesso Sul terá 18 quilômetros de extensão e vai ligar a BR-304, no município de Macaíba, ao aeroporto de São Gonçalo. Mas também promete facilitar o trânsito na Região Metropolitana, já que todo o tráfego da Zona Norte em direção a cidades do litoral Sul, Oeste e Seridó potiguar, por exemplo, além de Estados como Paraíba, Pernambuco e Ceará, poderá ser desviado pelo novo acesso, sem que seja necessário entrar em Natal.

06.04-Emily-Carolaine-de-Medeiros-616x460

Via Anderson Souza

Publicado por: Chico Gregorio


17/04/2017
04:55

A equipe econômica quer trazer os investidores estrangeiros para o mercado brasileiro

O governo federal já conta com a privatização das loterias para dobrar a arrecadação de tributos sobre as apostas dos brasileiros. A equipe econômica quer trazer os investidores estrangeiros para o mercado brasileiro e acredita que o volume de receitas de impostos sobre as loterias pode saltar rapidamente de R$ 6 bilhões para pelo menos R$ 12 bilhões – arrecadação que pode ajudar a reforçar o caixa do Tesouro Nacional nos próximos anos enquanto as contas públicas ainda deverão ficar no vermelho.

As informações são de reportagem de Adriana Fernandes e Eduardo Rodrigues no Estado de S.Paulo.

“Antes de privatizar o setor – que é um monopólio da Caixa Econômica Federal –, o governo dividiu o conjunto de loterias em duas empresas que serão leiloadas: a Lotex (a loteria instantânea, como a raspadinha), que já existe no Brasil, e a chamada “SportBeting” (loteria de apostas, por exemplo, no time que vai ganhar, placar do jogo, prognósticos feitos por meio da internet). Esta última ainda não foi criada no País, mas os brasileiros participam desse tipo de aposta usando sites do exterior.

Publicado por: Chico Gregorio


17/04/2017
04:52

O aumento é o maior registrado neste mês

 O açude Coremas, maior do estado em capacidade de armazenamento de água, recebeu, apenas neste final de semana, 10.870.000 m³ de água, segundo dados da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa). O aumento é o maior registrado neste mês.

Na última sexta-feira, o açude registrava o volume armazenado de 31.833.000m³ de água, já neste domingo conta com 42.695.000 m³ de volume.

 Já o açude Boqueirão, em Campina Grande, que vive a expectativa de receber as águas da Transposição do Rio São Francisco, convive com queda diária do volume armazenado no mês, e em registro deste sábado, contém apenas 12.121.000 m³ de água.

 O açude Mãe d’Água, também em Coremas, recebeu pequena quantidade de água neste fim de semana. Na última quinta-feira, a Aesa registrou 27.188.000 m³, e neste domingo, 30.872.000 m³.

Publicado por: Chico Gregorio


17/04/2017
04:49

Resultado de imagem para fotos de fabio faria com henrique alvesO deputado Fábio Faria (PSD-RN) viu seu patrimônio crescer 1.222% entre 2006 e 2014. A primeira cifra milionária apareceu na declaração de 2010, quando o político afirmou ter um apartamento de R$ 1,2 milhão na Areia Preta, em Natal, além da participação em seis empresas de segmentos distintos, como comunicação, academia, e restaurante.

Em 2014, manteve o apartamento, fixou sua atuação em duas empresas e declarou guardar R$ 85 mil em espécie. O principal investimento, uma rede de academias, foi incorporado por uma gigante do setor, segundo Faria. Ainda de acordo com o deputado, parte do dinheiro vem da herança recebida após a morte de sua avó e das doações de seu pai, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD). “Tudo foi devidamente tributado e pago conforme a lei”, disse, por nota.

O Globo.

Publicado por: Chico Gregorio


17/04/2017
04:19

Associações citam uso de mais de R$ 83 mil

Por Dinarte Assunção

O procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Norte, Rinaldo Reis, está sendo acusado em ação civil pública por associações de servidores do Ministério Público por ter, segundo a peça, utilizado recursos públicos para fins privados.

Distribuída à 17ª Vara Cível de Natal na quinta-feira passada, a denúncia narra que o chefe do Ministério Público do Rio Grande do Norte teve despesas de viagens custeadas pelo MPRN enquanto atuava na condição de presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União, entidade de direito privado.

Ao todo, a denúncia aponta que foram utilizados R$ 83.220,12, contabilizados entre 2015 e o início de 2017. A ação civil pública ainda cita que outras pessoas acompanhavam o procurador, mas não deixa claro se também elas tiveram despesas custeadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte.

A ação é movida pela Associção Nacional dos Servidores do Ministério Público (Ansemp), Federação Nacional dos Servidores dos Ministérios Públicos Estaduais (Fenamp) e Sindicato dos Servidores do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte (Sindsemp).

A reportagem tenta repercutir o assunto com o Ministério Público para registrar o outro lado desta matéria.

Bloqueio

Na ação civil pública em que denunciou o procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Norte, Rinaldo Reis, associações de servidores do Ministério Público pedem em caráter de urgência que o patrimônio do PGJ seja bloqueado.

Segundo a peça que tramita na 17ª Vara Cível de Natal, o PGJ utilizou mais de R$ 83 mil em diárias pagas pelo MPRN para fins privados, quando atuou em serviço do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União, entidade de direito privado, e da qual é presidente.

“O montante observado leva à urgência na adoção de medidas que impeçam a continuidade na utilização indevida das diárias e verbas indenizatórias, tanto pelo Procurador-Geral de Justiça Rinaldo Reis Lima, quanto pelo seu staff que sempre o acompanhou nas viagens para tratar dos assuntos da referida entidade privada”, diz o texto.

A reportagem tenta repercutir o assunto com o Ministério Público para registrar o outro lado desta matéria.

Publicado por: Chico Gregorio


17/04/2017
04:07

CBF divulga novo uniforme da seleçãoA Nike, que veste a seleção brasileira, está sendo pressionada por autoridades americanas a romper o contrato com a CBF. Como se sabe, o presidente da entidade Marco Polo Del Nero não sai do Brasil para evitar o FBI.

 

Radar On-Line

Publicado por: Chico Gregorio


17/04/2017
04:06

Delatores da Odebrecht entregaram à Procuradoria Geral da República e-mails que comprovariam a marcação de uma reunião para “compra do PMDB” no escritório do presidente Michel Temer, em São Paulo.

A mensagem foi trocada entre Rogério Araújo e Marcio Faria, ex-executivos da empresa. No-email, Rogerio cita o endereço do escritório político de Temer na capital paulista e avisa o hotel em que ficaria hospedado. Em outra correspondência eletrônica, aparece no assunto do e-mail EC e JA, novamente acompanhados do endereço da reunião.

Segundo o delator Marcio Faria, ex-presidente da Odebrecht Engenharia Industrial, Temer comandou, em 15 de julho de 2010, uma reunião para fechar um acordo que previa o pagamento de cerca de US$ 40 milhões de propina ao PMDB em troca de contratos da Diretor Internacional da Petrobras.

Na época, Temer era vice na chapa de Dilma Rousseff e teria delegado a Eduardo Cunha e a Henrique Eduardo Alves, então deputados, a tarefa de operacionalizar os repasses, que representavam uma taxa de 5% sobre o valor dos contratos.
Temer não falou de valores, segundo o delator, e Cunha foi o interlocutor do pedido. Aos procuradores, Marcio disse  que Rogério Araújo  o procurou após esse encontro dizendo que João Augusto tinha solicitado que 1% do tal contrato fosse destinado ao PT.

Faria disse que a propina só seria paga se saísse do mesmo dinheiro, não haveria recurso novo. O PMDB então aceitou dividir, ficando com com 4% do valor do contrato e 1% repassado ao PT.

Faria contou que 50% ficou com Eduardo Cunha e a parcela do PT teria sido dividida entre o senador Humberto Costa (PT-PE) e o ex-senador Delcídio do Amaral (Ex-PT-MS).

Faria falou ainda aos procuradores sobre o e-mail. “Aí num belo dia eu recebo um e-mail do Rogério, “o Márcio”, convocando pra uma reunião que ele chamou de “compra do PMDB”. Eu não tinha a menor ideia. “O Márcio, essa reunião vai ser dia 15 de julho de 2010”, o e-mail é de um ou dois dias antes, nós temos ele anexado como corroboração. E falou “olha, o local da reunião é num escritório político, na Rua Antônio Bacuíra, 470, bem próximo da praça Panamericana”. Quem conhece ali São Paulo, em Alto dos Pinheiros. Falei vamos, vamos lá.”

O procurador pergunta ao delator de quem era o escritório. “Doutor, chegando lá eu soube que se tratava do escritório político do senhor Michel Temer, à época candidato a vice presidente da República na chapa com a Dilma.”

“Doutor, chegamos, nos anunciaram, nos colocaram numa sala, numa salinha de espera por muito pouco tempo. Chegando na sala, cumprimentei o ex-deputado Eduardo Cunha, que estava também já na sala de espera. A gente cumprimentou e logo, logo, fomos anunciados. Fomos anunciados, entramos numa sala maior e que nessa sala estava presente o Michel Temer, ele sentou na cabeceira, como se fosse aqui. Eu sentei aqui. Rogério aqui. Do lado de lá, Eduardo Cunha, o deputado Henrique Eduardo Alves e o João Augusto mais atrás. Foi assim que nós chegamos e ficamos na reunião”, completou.

Segue o delator: “E para minha surpresa, até com intimidade para quem nunca o tinha visto, falou “não, se acontecer qualquer coisa aí, desses rapazes aqui”, ele apontou pros dois deputados, Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha, falou pode deixar que ela vem e fica aqui” [apontando pro colo dele]. Esses jovens, esses rapazes resolvem para mim lá. Não estou preocupado“.

Em nota, o Planalto afirmou que Temer “jamais tratou de valores com o senhor Márcio Faria”, e afirmou que a narrativa “baseada em uma mentira absoluta”. Os outros políticos citados também negam envolvimento com irregularidades.

Jota

Publicado por: Chico Gregorio


16/04/2017
14:06

Explicado porque os ex-deputados Geddel Vieira Lima e Henrique Alves, ambos do PMDB, serão investigados pela Justiça Federal do Piauí.

Os dois, sem foro privilegiados, foram remetidos à Justiça piauiense pelo relator da lava-jato, ministro Edson Fachin.

Com base na delação premiada dos ex-executivos Ariel Parente Costa, João Antônio Pacífico Ferreira, Cláudio Melo Filho e Paulo Falcão Corrêa Lima Filho, os dois teriam recebido suposto pagamento indevido de vantagens para a obra dos Tabuleiros Litorâneos, em Parnaíba, no ano de 2008.

Geddel, que era ministro da Integração Nacional entre 2007 e 2010, teria recebido R$ 210 mil.

Já Henrique, que presidia a Câmara dos Deputados entre 2013 e 2015 e foi ministro do Turismo no ano passado, teria ganho R$ 112 mil.

Documentos que atestariam a troca de e-mails entre as empresas e os políticos são mencionados como provas.

O projeto de irrigação teve concorrência vencida pelo consórcio formado entre a Odebrecht e a construtora Queiroz Galvão.

Publicado por: Chico Gregorio


16/04/2017
14:04

Da Folha:

Lava Jato prioriza mapear repasses de dinheiro vivo em propina

CAMILA MATTOSO

BELA MEGALE

DE BRASÍLIA

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal já têm a primeira etapa de investigação traçada para tentar comprovar os relatos de delatores da Odebrecht de que houve pagamentos de caixa dois e propina em dinheiro vivo a políticos.

Os investigadores querem mapear onde, quando e como ocorreram as entregas de dinheiro em espécie informadas pelos executivos. Um dos maiores desafios agora será comprovar os pagamentos realizados em moeda.

A PF vai solicitar, por exemplo, o registro de controle de entrada no dia 28 de maio de 2014 no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência da República, onde vive o hoje presidente Michel Temer.

O pedido faz parte de diligências autorizadas pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, na investigação sobre os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), acusados de receber propina.

Naquele data de maio de 2014, ocorreu jantar em que Temer e Padilha teriam discutido com Marcelo Odebrecht doação ao PMDB em 2014 –o valor entregue teria sido de R$ 10 milhões, em espécie.

A polícia, a pedido da Procuradoria-Geral da República, vai atrás de informações sobre possíveis encontros do ex-executivo da Odebrecht Henrique Valladares com Edison Lobão (PMDB-MA), senador e ex-ministro de Minas e Energia, outro apontado como destinatário de propina em dinheiro vivo. A PF vai pedir registros dos acessos ao ministério e ao Senado.

Também receberam recursos desta maneira, por meio de intermediários, segundo os delatores, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB), entre outros.

Ao menos 166 citados nos depoimentos serão intimados a depor a partir da próxima semana. A lista inclui políticos alvo de inquéritos, autoridades não investigadas, além de empresários, operadores, entre outros que vão falar como testemunhas.

O advogado José Yunes, ex-assessor de Temer e personagem do episódio dos R$ 10 milhões da Odebrecht ao PMDB, será chamado a depor.

Levantamento da Folha aponta que a PF terá de cumprir mais de 240 medidas neste primeiro momento, excluindo as que se referem a dados telefônicos, fiscais e bancários, mantidos sob sigilo.

A polícia tem reforçado seu efetivo em Brasília, sobretudo em razão da possibilidade de novas operações decorrentes desses inquéritos.

A polícia vai rastrear ações parlamentares em tramitações de medidas provisórias que interessavam à empreiteira –nas delações, os executivos apontam esquema de contrapartidas em troca da aprovação de projetos de interesse do grupo.

Os investigadores querem ainda obter informações sobre voos, hospedagens e registros de entradas e saídas em órgãos públicos, como Congresso, Ministério da Integração Nacional e Secretaria de Aviação Civil.

Outra medida autorizada por Fachin trata da obtenção de registros de presença do ex-diretor da Odebrecht Sérgio Neves, hoje delator, e de outros funcionários da empreiteira na concessionária Minas Máquinas, em Belo Horizonte, ligada a Oswaldo Borges. Ele é apontado como operador financeiro do senador Aécio Neves (PSDB-MG) em obras da Cidade Administrativa, que abriga a sede do governo mineiro.

Na lista de políticos investigados no Supremo, há 8 ministros, 3 governadores, 24 senadores e 39 deputados.

Do total de pessoas que serão intimadas pela PF, cerca de 100 são políticos.

Ex-funcionários da Odebrecht também serão chamados para novos depoimentos em que detalharão os casos delatados por eles. O patriarca do grupo, Emílio Odebrecht, e seu filho Marcelo estão na lista.

Publicado por: Chico Gregorio


16/04/2017
14:00

Esquema foi descrito por Cláudio Melo Filho, responsável pelo lobby da construtora em Brasília

Foto: Divulgação

Reuters

Cunha, ex-deputado

Parece enredo de filme sobre a máfia italiana. O ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) combinava com executivos da Odebrecht de receber propina em dinheiro vivo.

Acertavam o valor e marcavam o lugar da entrega. No dia e local combinados o deputado ou algum emissário seu ia ao encontro de um desconhecido que esperava com um pacote de dinheiro.

Para sair de lá com a propina, porém, Cunha (ou seu emissário) deveria dizer uma senha, fornecida previamente pelo lobista da empreiteira. Esse esquema foi descrito por Cláudio Melo Filho, responsável pelo lobby da Odebrecht em Brasília.

Em seu depoimento a investigadores da Lava Jato, ele detalhou como a empresa entregava dinheiro a Cunha. “Íamos até ele e dizíamos: senhor Eduardo Cunha, o Benedicto Júnior e a empresa pediram para comunicar o senhor que deve haver um pagamento em valor aproximado de tanto em determinada data.”

Benedicto Júnior era o diretor de Infraestrutura da Odebrecht, que mantinha relações com Cunha. “Esse pagamento, pelo o que me foi dito na empresa, era em espécie. Então através dessa senha, acredito eu, a pessoa dizia a senha. Portanto aquela senha identificava que ia ser entregue algum valor”, disse Melo Filho.

A procuradora que tomava o depoimento de Cláudio Melo Filho pediu para o lobista explicar melhor o que a senha significava. “A senha identificava um valor, né? Certamente ele ia em algum lugar, era recebido por alguma pessoa, dizia a senha e automaticamente aquela senha, conforme a área de operações estruturadas já tinha programado, equivalia a um valor específico”, explicou o delator.

Cunha era identificado na planilha da Odebrecht como Caranguejo.Melo Filho deu exemplo de como o esquema funcionava. “A área de operações estruturadas gerava a programação financeira dela. (Vou) pegar um exemplo qualquer aqui. Trinta do sete de 2010. Consta aqui um valor de R$ 500 mil. Avisava a gente sobre qual era a senha para esse pagamento. E a gente transmitia, solicitava a reunião, e aí transmitia. Ele já sabia porque já tinha combinado isso com a empresa. Então ele já sabia que ocorreria isso. E a mim, pelo menos, nunca transmitiu nenhum local porque eu acho que ele já tinha combinado isso previamente coma empresa.”

A reportagem tentou contato com o advogado de Cunha e deixou recado, mas ainda não obteve uma resposta.

Publicado por: Chico Gregorio


16/04/2017
13:53

Temer narrou a operação com riqueza de detalhes

Em entrevista ao vivo na Band na noite deste sábado (15), Michel Temer admitiu que o impeachment de Dilma Rousseff aconteceu porque ela e o PT se recusaram a participar de um pacto para salvar a pele do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).

Com frieza e demonstrando tranquilidade, deixando claro que considera o episódio absolutamente normal, Temer narrou a operação com riqueza de detalhes:

Em uma ocasião, ele [Eduardo Cunha] foi me procurar.

Ele me disse ‘vou arquivar todos os pedidos de impeachment da presidente, porque prometeram-me os três votos do PT no conselho de ética’. Eu disse que era muito bom, porque assim acabava com essa história de que ele estava na oposição. (…) naquele dia eu disse a ela [Dima] ‘presidente, pode ficar tranquila, o Eduardo Cunha me disse que vai arquivar todos os processos d impedimento’. Ela ficou muito contente e foi bem tranquila para a reunião.

No dia seguinte, eu vejo logo o noticiário dizendo que o presidente do PT e os três membros do partido se insurgiam contra aquela fala e votariam contra [Cunha no Conselho de Ética]. Mais tarde, ele me ligou e disse ‘tudo aquilo que eu disse, não vale, vou chamar a imprensa e vou dar início ao processo de impedimento ’

Que coisa curiosa! Se o PT tivesse votado nele naquele comitê de ética, seria muito provável que a senhora presidente continuasse.

E quando eu conto isso eu conto para revelar, primeiro, que ele não fez o impedimento por minha causa. E, segundo, que eu não militei para derrubar a presidente.”

Na prática, Temer confessou que houve desvio de finalidade no golpe parlamentar de 2016 e que o impeachment nada teve a ver com as tais pedaladas fiscais.

Confira a fala de Temer no vídeo.

Brasil 247

Publicado por: Chico Gregorio