El País
A interminável queda de braço entre Michel Temer (PMDB) e a Justiça volta aos velhos cenários nos quais o primeiro presidente brasileiro julgado por corrupção no exercício do cargo já viu seu futuro em perigo anteriormente. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) inicia nesta terça-feira o longo processo da segunda denúncia criminal apresentada contra o presidente da República. No primeiro passo, a denúncia – que se for admitida pela CCJ e, depois, pela Casa, mandaria o presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF) – será debatida pela Comissão.
O relator do caso no colegiado, Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), deve ler seu relatório e a tendência é que peça que os deputados não autorizem o Supremo Tribunal Federal a julgar a acusação. Na primeira denúncia contra o presidente, votada em julho, Andrada votou contra a abertura do processo.
Até o momento, deputados da base aliada e da oposição evitam palpitar sobre o placar final na CCJ. Na teoria, os governistas têm 37 dos 66 votos, mas divisões internas no PSDB e no PSB podem fazer com que esse apoio se reduza. Basta maioria simples para aprovar ou rejeitar um relatório. Na primeira denúncia contra o presidente, o placar na CCJ foi de 40 a 25 a favor de Temer. No plenário da Casa, que é quem decide em última instância, a votação foi de 263 a 227. A expectativa é que a votação do parecer de Andrada no colegiado ocorra no dia 17 de outubro. E, no plenário, em 25 do mesmo mês.