O Tribunal de Contas da União atualizou na sexta-feira (6) a lista que contém os nomes dos candidatos que declararam patrimônio igual ou superior a R$ 300 mil e que receberam alguma parcela do auxílio emergencial até julho de 2020. O Rio Grande do Norte tem 67 casos em diversos municípios. Em todo o Brasil, são 10.690 na situação.
Detectadas as irregularidades, o Ministério da Cidadania deliberou pelo cancelamento de todos os benefícios da lista, havendo possibilidade de contestação nos canais adequados. A única exceção se refere a benefício concedido judicialmente.
O político norte-rio-grandense com maior patrimônio que recebeu o auxílio foi o candidato a vice-prefeito de São José do Campestre Ely Magdiel Salustino dos Santos, conhecido como Diel. Ele tem R$ 2,03 milhões declarados e concorre ao cargo pelo PSB na chapa do candidato a prefeito Luciano de Honório, do PSDB.
Diel declarou ser empresário e seu patrimônio é dividido em fazendas, 600 cabeças de gado e um carro modelo Hillux SRX, avaliado em R$ 190 mil. O candidato solicitou auxílio pelo aplicativo da Caixa e já estava recebendo as parcelas residuais do benefício criado durante a pandemia de covid-19 para socorrer trabalhadores informais, Microempreendedores Individuais (MEI), autônomos e desempregados.
A lista disponibilizada pelo TCU contém o cruzamento de dados realizado pelo TCU e pelo Ministério da Cidadania, com dados que permitem identificar benefícios que foram cancelados antes da decisão do Tribunal e aqueles que permaneceram com pagamentos em setembro e outubro, seja no âmbito do auxílio emergencial de R$ 600, seja no âmbito do auxílio emergencial residual, de R$ 300.
Entre os potiguares, treze tiveram auxílio cancelado antes da decisão do TCU. Álvaro Breno Araújo Bezerra, de Cerro Corá; Eloni Maria da silva, de Extremoz; Samuel Batista de Abreu, em Jandaíra; Jorlandio da Rocha Souza, em Maxaranguape; Tiago de Lima Bezerra, em Natal; Wendell Bezerril Silva, de Pedro Velho; Élcio Vagner Rodrigues de Souza, Santa Cruz; José Erivaldo dias, Santa Maria; Paulo Ricardo Souza Lima e Francisco Canindé Firmino dos Santos, de Santo Antônio; Lucinário Félix de Carvalho, São Tomé; Yanes Rodrigues de Oliveira, Taipu; e Jussara Mariano de Souza, em Tibau do Sul.
O TCU alerta que o seu papel é garantir o bom uso do dinheiro público, que todos os dados listados são públicos e que “os resultados são apenas indícios de renda incompatível com o auxílio”.
O Tribunal de Contas da União também alerta que há risco de erro de preenchimento pelo candidato, além de eventuais fraudes estruturadas com dados de terceiros. Portanto, apenas o Ministério da Cidadania pode confirmar se o pagamento é indevido e só o TSE pode confirmar eventuais crimes eleitorais.
Lista completa está disponível aqui.