A 11 dias da eleição, o cenário que se apresenta, segundo o instituto Seta, é de vitória para a senadora Fátima Bezerra para o governo do RN.
Dentro deste quadro, as possibilidades do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, virar o jogo são cada vez mais difíceis.
A diferença entre os dois candidatos no primeiro turno foi de pouco mais de 222 mil votos, quando Fátima teve 46,17% dos votos válidos e Carlos Eduardo teve 32,45%.
O total de votos válidos foi de 1.620.544, ou 82,41% de todo o eleitorado.
Mantida a tendência, Fátima, que tem 56% dos votos válidos em segundo turno, deve alcançar pouco mais de 907 mil votos, e Carlos Eduardo vai se projetando para ter 713 mil votos, diferença de 194 mil votos.
Pela projeção, o candidato do PDT precisaria de mais de 17,6 mil votos por dia para chegar no dia 28 com vantagem sobre Fátima Bezerra.
Essa tendência de crescimento, no entanto, não tem se mostrado.
Com 18% do eleitorado no primeiro turno optando por votos brancos, nulos e ninguém, o que significou quase 350 mil votos – muito acima dos 222 mil de diferença entre os dois candidatos – e com os eleitores dizendo que majoritariamente não pretendem mudar a sua escolha no segundo turno (73% dizem que seus candidatos não mudam; 12% admitem mudar), tende a se consolidar o cenário de vitória de Fátima Bezerra.
Lembrando que, no segundo turno, a variação de voto contra um significa necessariamente o crescimento do outro.
Ou seja, se Fátima cai, necessariamente Carlos Eduardo Alves sobe nos votos válidos.
Daí a importância de se considerar a estratégia de Carlos Eduardo de se filiar ao movimento que Bolsonaro representa neste momento.
A pesquisa Seta foi a campo nos dias seguintes à declaração de apoio de Carlos Eduardo Alves a Jair Bolsonaro, e, agora, vê-se que os resultados podem ser adversos para o ex-prefeito.
Um dos questionamentos do instituto Seta foi sobre a possibilidade de mudança de voto para governador pelo apoio declarado ao candidato à presidência. Para 54%, isso é irrelevante. Mas 21% afirmam que mudariam o voto.
Aí está outra equação difícil para Carlos Eduardo, pois 22% de seus eleitores votam em Haddad. Já 11% dos eleitores de Fátima votam em Bolsonaro.
Assim, é mais fácil Carlos Eduardo perder voto para Fátima do que essa para o ex-prefeito, dentro do critério de apoio presidencial, ainda mais porque a campanha de Fátima apoia Haddad desde o princípio, já que são correligionários.
Para completar o quadro, a rejeição do ex-prefeito triplicou. Ele terminou o primeiro turno com 8% de rejeição. Agora tem 23% e ultrapassou Fátima, que tinha 18% antes do primeiro turno e agora tem 21%.
Via BG.