Folha.
Três policiais da Força Nacional que trabalhavam na segurança da Olimpíada foram atacados por traficantes, na tarde desta quarta (10), ao entrarem por engano na favela Vila do João, parte do complexo da Maré, na zona norte do Rio.
Dois foram baleados e, um deles, o soldado Helio Vieira, cedido pela PM de Roraima, foi internado em estado grave no hospital Salgado Filho, no Méier. Atingido na cabeça, ele foi submetido a uma cirurgia de cinco horas.
“Acreditamos e tenho fé de que o soldado Vieira irá sobreviver a isso. Ele já está sendo operado”, afirmou o ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, que foi à unidade hospitalar para acompanhar o atendimento, no início da noite de quarta.
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Policiais foram baleados ao entrar por engano em favelaMarcos Martins/Folhapress |
O caso levou o ministro a convocar uma reunião de emergência com todos os representantes das forças de segurança para definir possíveis ações na Maré.
“Não vou adiantar medidas. Já iniciamos um trabalho de inteligência e identificamos duas pessoas que participaram deste ataque”, disse Moraes.
AÇÃO DOS TRAFICANTES
Os policiais, todos de outros Estados, estão no Rio para a segurança dos locais de competição da Olimpíada.
Eles tentavam acessar a Linha Amarela, principal via até o Parque Olímpico da Barra, mas erraram a entrada e pegaram uma rua próxima que dá acesso à Vila do João, onde se depararam com traficantes.
Segundo testemunhas, foram feitos vários disparos de fuzil contra o veículo da Força Nacional. Além do soldado Vieira, o capitão Allen Marcos, da PM do Acre, estava no banco da frente do carro e também foi atingido.
Ferido de raspão, ele se encontra em observação no hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador (zona norte).
O terceiro agente era o soldado Rafael Pereira, PM do Piauí, que estava no banco de trás da viatura e não foi baleado, mas ficou em estado de choque e também está em observação, no hospital Salgado Filho.
Após atirarem nos policiais, o criminosos fugiram para o interior da comunidade. O trio foi socorrido por moradores, militares do Exército e por um taxista que passava pelo local.