Entro em alguns grupos de whatsapp de bolsonaristas. Após o caminhão de provas, gravações, documentos, reuniões e finalmente delatado pelos próprios militares, os adoradores do mito estão perdidos – de repente, agem como se a realidade não existisse, alegando que seu líder maior só pensou em golpe. Em outros momentos, tratam militares que entregaram o Jair para a justiça como covardes.

É interessante porque, para dizer que Bolsonaro só pensou em golpe e não executou, é necessário fazer de conta que tudo revelado pela polícia federal e pelo próprio entorno do ex-presidente não passasse de invenção. Ainda assim, a “defesa” convive naturalmente com a ideia de que ele “apenas” queria um golpe, mas não executou. Afinal, tudo bem ficar ao lado de quem queria uma ação que serve diretamente para cercear direitos, matar e roubar.

Só que aí a realidade se impõe e eles são obrigados a se relacionar com o fato de que, até os militares, jogaram Jair Bolsonaro aos leões. Os fardados não ingressaram no fim da democracia por cálculo e agora servem o mito numa bandeja aos policiais e à justiça. E é nesse momento que a militância arremessa os generais ao mar – eles seriam uns covardes.

A ideologia bolsonarista engana ao ensaiar que gosta de gente de coturno, pois não é bem esse seu amor. Seus cultivadores adoram mesmo é golspita.

FONTE: opotiguar.com.br