De repente, “invasão de propriedade” virou o grande problema de Natal. Mas só um parte recortada da história. A outra parte do calote dos recursos do programa pró-moradia durante o governo Bolsonaro (e de quem prometeu aqui no RN), o que gerou o atraso na construção das casas que as pessoas que ocuparam recentemente terreno do antigo Diário de Natal reclamam, esta não interessa. A campanha municipal começou.

É preciso ser pirado demais para achar que “invasão de propriedade” é problema em Natal e que há algum partido defensor. O que existe é um déficit habitacional gerador de conflitos e que, instalado, deve ser resolvido na forma da lei e pensando nos envolvidos e não no twitter e no zap. Trata-se do ponto de fato para quem quer enfrentar o tema. Só que a falso assunto não visa solucionar nada concreto. Quer apenas sinalizar para os tios espalhadores de conteúdo nas redes sociais quem seria o lado “do bem x o do mal”, com todo o vazio que isto implica.

Mas, cabe repetir, a campanha está aí e, como a extrema direita não tem nada a apresentar sobre creches, desenvolvimento, planejamento e outros temas que afetam de fato os eleitores, precisa instalar pânico moral conspiratório. Mais uma vez. Daí que já já aparecem também questões sobre banheiros unissex, kit gay, família e comunismo. Tudo muito previsível.

FONTE: opotiguar.com.br