25/10/2022
09:40

Para deputada, episódio do ex-deputado Roberto Jefferson é a prova de que bolsonaristas “estão dispostos a tudo para provocar o caos nas eleições”

Após receber agentes da Polícia Federal a tiros neste domingo 23, o ex-deputado federal e ex-presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, aliado fiel do presidente Jair Bolsonaro, foi preso após longo período dentro de casa e causou reações de políticos em todo o Brasil, inclusive no Rio Grande do Norte. A deputada federal reeleita Natália Bonavides (PT) não poupou críticas ao ex-deputado, preso após longa negociação.

Bonavides foi enfática ao afirmar que o ex-parlamentar é “a expressão fiel do bolsonarismo”, definiu-o como criminoso, que se sente acima da lei. “Esse episódio é a prova que estão dispostos a tudo para provocar o caos nas eleições. As pesquisas já mostram que eles perderão, por isso o desespero, não tem qualquer limite. Só o povo nas ruas e nas urnas que irá parar essa onda de violência”, disse.

A petista classificou o episódio como “grave” e afirmou que a esquerda não pode se intimidar. “É povo na rua, fazendo campanha e conversando com as pessoas. A violência e a imposição do medo é a forma de fazer política deles. Todos os dias a imprensa noticia agressões e desrespeito, então a gente tem uma oportunidade única de começar a acabar com isso no dia 30, votando em Lula”, afirmou.

Jefferson, que cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, foi alvo da ação policial por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Jefferson já estava em prisão domiciliar. Segundo Moraes, ele descumpriu medidas impostas pelo Supremo dentro de uma ação penal em que ele é réu por incitação ao crime e ataque a instituições. Além de transformar a prisão domiciliar com tornozeleira em preventiva, Moraes também ordenou a realização de busca e apreensão na residência de Jefferson.

Na manhã de domingo, agentes foram à residência do ex-deputado de extrema direita, em Levy Gasparian (RJ) cumprir um mandado de prisão expedido por Alexandre de Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). Jefferson reagiu à abordagem e atirou. Segundo a investigação, o ex-deputado disparou mais de 20 tiros de fuzil e também lançou granadas na direção dos agentes.

Dois policiais ficaram feridos, atingidos pelos estilhaços. Receberam atendimento médico e foram liberados. Fontes que participam da apuração afirmam que os disparos foram realizados logo no momento da chegada do carro no local.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, afirma na decisão em que ordenou a prisão preventiva de Roberto Jefferson que o ex-deputado descumpriu as medidas impostas pelo STF. Segundo ele, o ex-deputado recebeu visita e repassou orientações a dirigentes do PTB, concedeu entrevista à rádio Jovem Pan e divulgou notícias fraudulentas contra ministros do Supremo; além disso, no último dia 21, ele descumpriu novamente as medidas ao atacar a ministra Cármen Lúcia e compará-la a “prostitutas”, “arrombadas” e “vagabundas”.

Segundo a coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o STF recebeu informações de que o ex-deputado aumentaria o tom de seus ataques às instituições. Em prisão domiciliar, Jefferson manteria ainda um arsenal de armas em sua casa de forma irregular.

A decisão de prendê-lo foi tomada porque, a partir de terça-feira 25, ele não poderia mais ser detido, como determina a lei eleitoral. Segundo esta regra, ninguém pode ser preso a não ser em flagrante cinco dias antes das eleições. À noite, Moraes determinou nova prisão contra Jefferson por tentativa de homicídio, por ter atacado os policiais.

Publicado por: Chico Gregorio

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