19/03/2021
08:07

A Urbana (Companhia de Serviços Urbanos de Natal), responsável pelos serviços de limpeza e coleta de lixo da capital tem uma dívida de R$ 300 milhões. A administração responde a processo por não ter repassado ao INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) os valores previdenciários descontados na folha de pagamento dos servidores. Uma conta que foi sendo deixada pelas gestões ao longo dos anos, mas que foi executada pela União.

O processo está na 6ª Vara da Justiça Federal, em Natal. O juiz do caso, Marco Bruno Miranda Clementino, tem ouvido as diferentes partes envolvidas em busca de soluções para quitar a dívida. Durante reunião virtual com representantes da Urbana, município de Natal e Sindlimp (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação, Higienização e Limpeza Urbana do RN), o Secretário Adjunto de Planejamento de Natal, Glauber Nóbrega da Silva, que há pouco tempo fez parte da Urbana e falou em nome da instituição, sugeriu reduzir custos da folha salarial com a demissão de funcionários e eliminação de unidades para enxugar a estrutura da Urbana.

Glauber Nóbrega fez simulações do suposto benefício da terceirização dos trabalhadores, segundo estudo realizado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), órgão do Departamento de Economia da Universidade de São Paulo (Usp). No entanto, segundo o relato de trabalhadores da Urbana, os números apresentados apresentados pelo antigo dirigente teriam sido, na verdade, distorcidos. A empresa, segundo os funcionários, estaria sendo vítima de uma estratégia adotada pelas últimas gestões de sucateamento, que que têm mantido balanças quebradas, caminhões rodando abaixo da capacidade máxima e pessoal sem equipamentos de proteção individual (EPI’s).

“Não é possível admitir que a solução para uma dívida criada por gestões administrativas seja paga pelos trabalhadores. A solução apresentada pela administração pública atinge cerca de mil famílias, que em nada contribuíram para esse endividamento”, denuncia a coordenadora do Sinsenat (Sindicato dos Servidores Municipais de Natal), Soraya Godeiro.

Atualmente, 920 pessoas trabalham na Urbana e a preocupação do Sindlimp é evitar demissões. O presidente do sindicato da categoria critica a proposta de terceirização dos serviços prestados hoje pelos funcionários concursados e garante que terceirizar a mão de obra sai mais caro.

 

Publicado por: Chico Gregorio

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