04/12/2020
09:31

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Os registros históricos nos mostram frequentemente fatos que comprovam a presença de grupos afro-brasileiros na formação de nossa identidade histórica e cultural. Entre as cidades de Jardim do Seridó/RN e Ouro Branco/RN, a formação dos Negros do Rosário tornou-se responsável por nos oferecer um enorme legado cultural relacionado às tradições afro-brasileiras. Uma cultura negra que intercalou produtos (religião, saberes) de uma cultura
branca.
As análises desse trabalho serão voltadas para a reflexão da trajetória da Irmandade
dos Negros do Rosário da cidade de Jardim do Seridó, Rio Grande do Norte. As ações históricas desse grupo já foram revisitadas e tornou-se objeto de pesquisa de outros trabalhos – Bruno Goulart (2014) e Diego Gois (2007) – algo que alarga as análises do grupo em destaque. Falar sobre os Negros do Rosário é eternizar a história memorialística de toda uma cidade e adjacências.
A formação da Irmandade dos Negros do Rosário da cidade de Jardim do Seridó – RN é pautada na história oral. Os ensinamentos, gestos, danças e “prosa” são passados de geração a geração. Os ensinamentos dos mais velhos, daquele que encabeça a Irmandade, o rei, são internalizados pelos integrantes do grupo de forma reta e com reverência. Ocorre uma relação de respeito entre o mais novo para com o mais velho, assim afirmou o senhor Antônio José dos Santos em conversa informal sobre a Irmandade. Atrelado ao fato de que essas famílias se
conhecem de longa data temos outro fator unificador, a fé, esta que muitas vezes é refletida no catolicismo.
Os tambores, as melodias, cantigas de rodas, procissões e fé são o composto que liga os negros na Irmandade. Os laços de parentesco é fator pertinente quando nos referimos a essa formação grupal que acontece na cidade de Jardim do Seridó. Os integrantes da Irmandade não estão circunscritos apenas a uma cidade, mas as ramificações chegam a outras fronteiras, como por exemplo, Ouro Branco e Parelhas, cidades do Rio Grande do Norte.
Em tempos de festa a interação entre a Irmandade dos Negros do Rosário e a
sociedade jardinense é quase unânime. Não distinguimos as classes sociais, nem intelectuais ou qualquer outra pessoa presente na festa negra, todos participam desse momento festivo. Todos estão compartilhando da mesma representação e movimento cultural.

Publicado por: Chico Gregorio

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