16/08/2020
06:56

A elaboração de um dossiê sobre 579 servidores federais e estaduais identificados como “antifascistas” desgastou a imagem do ministro da Justiça, André Mendonça, entre integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), que viram no episódio um possível uso do aparato do governo para perseguir opositores. Apontado como um dos favoritos para a vaga que será aberta em novembro, com a aposentadoria de Celso de Mello, Mendonça passou os últimos dias em contato com os integrantes da Corte para dar a sua versão.

Segundo o Estadão apurou, nas conversas reservadas, por telefone, o ministro da Justiça se colocou à disposição para esclarecer os fatos à Corte e se comprometeu a apurar internamente se houve irregularidades na atuação da pasta. Além de abrir uma sindicância, ele demitiu o diretor de inteligência da Secretaria de Operações Integradas (Seopi), coronel Gilson Libório de Oliveira Mendes.

Cabe ao presidente da República indicar o nome para uma cadeira no STF, que passa por sabatina no Senado e precisa ser aprovado pela Casa. Na prática, o Supremo não participa oficialmente do processo de definição do futuro ministro, mas nos bastidores o aval dos colegas desempenha um papel crucial na definição de um nome. Mendonça terá seus atos no ministério examinados pelo STF na quarta-feira. Na ocasião, o plenário vai analisar uma ação que contesta a produção de relatório sobre opositores do governo Jair Bolsonaro. O monitoramento, revelado pelo portal UOL no fim de julho, foi confirmado pelo ministro em audiência com parlamentares no último dia 7.

Estadão Conteúdo

Publicado por: Chico Gregorio

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