20/07/2019
09:59

“Em um dia, ele atacou Míriam Leitão, desprezou a fome –contrariando a ciência e o senso comum, pois basta andar na rua–, e chamou os governadores do Nordeste de ‘paraíbas’. A cabeça dele é movida pelo confronto, e o coração, infelizmente, está possuído de ódios.” Esta foi a reação do governador Flávio Dino (PC do B-MA) às falas controversas de Jair Bolsonaro. Criticado pelo presidente, concluiu: “Só sei que sou o pior dos gestores na visão dele, o que para mim é uma honraria”.

Dino diz que ele e os demais governadores da região vão aguardar manifestação do Planalto sobre o vídeo no qual Bolsonaro aparece fazendo críticas aos gestores nordestinos. “Como não conhecemos o contexto, fica até difícil entender”, explica.

Antes de iniciar café da manhã com jornalistas, nesta sexta (19), o presidente cochichou com Onyx Lorenzoni (Casa Civil). Um microfone captou o áudio.

Há ruídos, mas é possível detectar que o presidente usa a expressão “governadores de Paraíba” e, em seguida, afirma que “o pior [inaudível] o do Maranhão”. Depois, de maneira clara, diz: “Não tem que ter nada para esse cara”.

Para Dino, que foi juiz federal e presidente da associação que representa esta classe de magistrados, confirmada a referência pejorativa à região, Bolsonaro pode ter incorrido em crime de preconceito regional, equiparado ao de racismo.

Há, ainda, na ordem dada para “não ter nada para esse cara”, espaço para apontar desvio de finalidade na gestão por quebra de impessoalidade.

Painel/Folha de S.Paulo

Publicado por: Chico Gregorio

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