17/11/2018
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Saída dos médicos cubanos ‘vai encher estradas de ambulâncias’, avalia João

O governador eleito da Paraíba, João Azevêdo (PSB), tem demonstrado muita preocupação com a saída dos médicos cubanos do Estado. Em entrevista à CBN João Pessoa, o socialista previu a volta da “ambulancioterapia”. As declarações foram dadas em decorrência da decisão do governo cubano de retirar do Brasil todos os profissionais de saúde até o fim do ano. A decisão decorre de declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) de que seriam reavaliadas as regras para a permanência dos médicos do país caribenho. Eles teriam que fazer, por exemplo, o “revalida”, exame de conhecimento para validar o diploma recebido no exterior.

“O que vai acontecer é que você vai ter ambulâncias e ambulâncias pelas estradas levando pessoas com pequenos problemas de saúde aos hospitais e vai sobrecarregar os hospitais. É claro que isso vai acontecer”, ressaltou João Azevêdo. Ele alegou que o programa viabilizou o atendimento em localidades onde antes não era possível, por se tratarem de regiões afastadas. “Eu vejo, independente de conceito, você não pode desmobilizar um programa destes, que tem mais de 8.500 profissionais da forma como está sendo anunciado. Em 40 dias não haverá reposição destes profissionais e nós teremos a população pagando um preço extremamente alto”, acrescentou.

Azevêdo disse que há no sistema de saúde como um todo um número de vagas enormes, mesmo com os médicos cubanos na ativa. “Se não houve interesse dos médicos brasileiros para ocuparem estas vagas (disponíveis), como é que nós vamos repor além das vagas abertas, as dos 8.500 profissionais que estarão saindo agora?”, destacou. “O que me preocupa é que a consequência maior será a falta de atendimento para a população. Esta vai ficar desprotegida. Eu vi na imprensa aí que tem municípios que vão perder mais de 60% a 70% dos seus profissionais na área de saúde e isso inviabiliza o atendimento”, acrescentou.

O governador eleito prevê que haverá consequências danosas nos hospitais regionais e estaduais. “Provavelmente haverá filas e mais filas de espera nos hospitais. É isso o que acontecerá, porque os médicos deixarão de atender as grandes demandas, a alta complexidade, para atender casos de uma diarreia, de um mal-estar, por exemplo. As pessoas terão que procurar um local de apoio e estes locais serão os hospitais. Vai superlotar os hospitais, não tenho dúvida nenhuma”, enfatizou o governador eleito, que assumirá o cargo a partir de 1° de janeiro.

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Publicado por: Chico Gregorio

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