14/10/2017
09:38

Por Josias de Souza

Em política, todo o mal começa com as explicações. Mas um erro sempre pode ficar mais errado se, em vez de explicações, o silêncio é a única coisa que se ouve a respeito do que houve. A ausência de esclarecimentos do governo tucano de Geraldo Alckmin sobre a batida policial feita na casa de Marcos Cláudio Lula da Silva é um desses silêncios que pedem barulhos imediatos.

Já se passaram quatro dias desde que o delegado da Polícia Civil de Paulínia (SP), Rodrigo Luiz Galazzo, meteu-se junto com três policiais armados na casa do filho do primeiro casamento de Marisa Letícia, que Lula adotou como seu. Guiando-se por uma suposta denúncia anônima, buscavam drogas e armas. Não acharam nem uma coisa nem outra. Sentiram-se à vontade para recolher dois computadores, pen drives, CDs e DVDs. Visitaram um segundo endereço. E nada.

Ao farejar a encrenca em que fora envolvida, a juíza Marta Pistelli, que ordenara a busca e apreensão “de drogas e armas” na casa de Marcos Lula, declarou-se “enganada” pela Polícia Civil. Com a velocidade de um raio, mandou devolver os equipamentos apreendidos irregularmente. Alegou que autorizara a batida em um endereço, não em dois. Intimado a depôr, o filho de Lula foi, por assim dizer,  desintimado.

Submetida ao despautério, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afastou o delegado Galazzo do caso. Abriu contra ele uma apuração interna. Espera-se que não seja mera encenação. Se ficar constatado que houve apenas incompetência será ruim. Se restar demonstrado que há política por trás da inépcia, será péssimo. A plateia ficará tentada a concluir que está diante de um sinal de que vai valer tudo na campanha eleitoral de 2018.

 

 

Publicado por: Chico Gregorio

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