A prisão de Henrique Eduardo Alves, na manhã desta terça (6), reforçou a crítica entre auxiliares e assessores do presidente Michel Temer sobre a tentativa do Ministério Público de pressionar a Justiça Eleitoral.
Também nesta terça-feira (6), o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) retomará o julgamento que poderá cassar o mandato do presidente.
Para o entorno do peemedebista, a prisão ocorre “com um timing estranho”, já que o ex-ministro do Turismo estava afastado da pasta há um ano e, de acordo com ele, as suspeitas sobre a construção da Arena das Dunas “não são novas”.
Nas palavras de um aliado do presidente, a iniciativa se soma ao pedido feito na segunda-feira (5) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que pede a suspensão imediata de medida provisória que garante foro privilegiado ao ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco.
A expectativa no Palácio do Planalto, no entanto, é de que a pressão que estaria sendo feita pelo Ministério Público tenha efeito contrário sobre os ministros da Corte Eleitoral, estimulando uma postura de independência.
No domingo (4), o advogado Gustavo Guedes, responsável pela defesa do presidente no TSE, disse que o procurador-geral “está tentando constranger” o tribunal eleitoral a condenar o peemedebista.
Em conversas reservadas, Temer tem demonstrado indignação com a postura de Janot e dito que ele tem se comportado como um adversário.
A operação desta terça-feira (6) foi batizada como Manus e apura supostos crimes de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro.
A investigação se baseia em provas da Operação Lava Jato que apontam que Henrique Alves e o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) receberam suborno na construção da Arena das Dunas, estádio construído em Natal para a Copa do Mundo.
De acordo com a apuração da Polícia Federal e do Ministério Público, houve sobrepreço de R$ 77 milhões no valor da obras, com favorecimento de duas grandes construtoras.
Os pagamentos ocorreram como doação eleitoral oficial, entre 2012 e 2014. Os valores, segundo os investigadores, omitiam subornos e, em um dos casos, eram desviados em benefícios pessoais.
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