O movimento de desvalorização do dólar frente ao real, que no ano acumula 20,6% no mercado à vista, coloca em alerta as empresas exportadoras de manufaturados. O setor via nas vendas externas um alento à drástica queda de vendas no mercado interno.
Em apenas dois dias, na segunda e na terça-feira, a moeda americana registrou queda de 1,6% e fechou em R$ 3,10, a menor cotação desde julho de 2015. Nesta quarta-feira, 26, conseguiu uma recuperação de 1,12% e foi a R$ 3,14, mas o cenário segue preocupante para a indústria.
Embora a valorização do real neste momento esteja associada à corrida gerada pelo fim do prazo para a legalização de recursos mantidos no exterior (Lei de Repatriação), alguns analistas ouvidos pelo Estado projetam o dólar fechando o ano próximo da marca psicológica de R$ 3,00, valor que pode se manter em 2017.
“Com a desvalorização do real ocorrida nos últimos dois anos houve uma certa recomposição do poder de competição do produto brasileiro, mas a preocupação é que isso acabe”, diz o gerente executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco.
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