Os dados sobre a insegurança no RN auditados pelo MP, representantes de especialistas das
universidades públicas, justiça e polícias apresentaram pequena queda. Sua explosão ocorreu,
conforme o mapa da violência elaborado pelo ministério da justiça, de 2004 à 2014.
Apesar da ligeira reversão, a situação é inegavelmente muito difícil.
O jornalismo da Inter TV, no entanto, produz uma cobertura estranha. Além da apresentadora
alegar que números não têm importância, uma afirmação alheia ao desenvolvimento científico
moderno, seu jornal do meio-dia e do início da noite intercalam meses de matérias amenas e reportagens com a polícia em
ação com outras em que Natal, na telinha do plim-plim local, é transformada na faixa de gaza.
Na apresentação do caos de temporada, só mortes e fugas dos presídios. Nenhum dado mais
analítico é posto na mesa. Por exemplo, quem construiu o cheio de furos sistema prisional em total
desconformidade com os projetos arquitetônicos da época e lotado de aditivos, grande sintoma de
corrupção?! Quantos concursos foram feitos nos últimos anos? A arrecadação está permitindo
fazer alterações? São questões que permitiriam debater o assunto em uma profundidade um pouco
menos rasa que uma lamina de barbear deitada.
Coincidência ou não, as críticas estão vindo no início do ano, momento em que o orçamento
estadual de todas as pastas, educação, saúde, comunicação, etc, ainda se encontra fechado.
Quem sabe, lá pra frente, o debate mais reflexivo não aparece?!
ACREDITANDO NAS BOAS INTENÇÕES
Falo isso porque acredito que o objetivo da Inter Tv não é assustar a população, principalmente a
classe média formadora de opinião e telespectadora dos programas; não deseja lançar lenha na
fogueira dos corriqueiros justiçamentos e muito menos fazer apologia de milícias paraestatais. O
argumento do texto também parte do pressuposto de que não é intenção da emissora ajudar quem
está sentado na recepção doido para ocupar a cadeira do palácio. Apesar de que, do ponto de vista
realista, o “terrorismo” nada resolve e só leva a isso.
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