Por Isadora Perón e Gustavo Aguiar
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a abertura de um novo inquérito contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com base nas trocas de mensagens entre o peemedebista e o dono da OAS, Léo Pinheiro. O ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB), que ocupou a presidência da Câmara entre 2013 e 2015, também é alvo do pedido da PGR.
“As centenas de mensagens trocadas entre Léo Pinheiro e Eduardo Cunha, apreendidas no celular daquele, demonstram que, além da elaboração de diversos projetos de lei e medidas provisórias de interesse da OAS e do Banco BTG, Eduardo Cunha também defendeu o interesse do grupo OAS no tema da CPI e intermediou diversos negócios entre a OAS e o então Presidente da Câmara dos Deputados Henrique Eduardo Alves”, diz uma peça encaminhado por Janot ao Supremo.
O procurador-geral da República aponta ainda que Cunha cobra, por diversas vezes, doações à campanha de Eduardo Alves ao governo do Rio Grande do Norte, em 2014. “Amigo a eleição é semana que vem, preciso que veja urgente”, diz Cunha a Léo Pinheiro em uma dessas mensagens.
Este inquérito ainda precisa ser autorizado pelo ministro do Supremo Teori Zavascki. Nesta terça, Janot também pediu a inclusão dos dois peemedebistas no processo conhecido como “quadrilhão”, que investiga a formação de uma organização criminosa que atuava na Petrobras e em outros setores ligados ao Ministério de Minas e Energia. Caso os dois procedimentos sejam aceitos por Teori, Cunha passará a responder a oito ações no STF, numa das quais já é réu.
Em sua defesa, Cunha tem dito que sofre perseguição de Janot. Henrique Eduardo Alves, por sua vez, negou as acusações, disse desconhecer qualquer processo e afirmou que todas as doações de campanha dele foram registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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