Marlene Bergamo – /Folhapress
Às vésperas da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, as principais centrais sindicais do país vão medir forças e marcar lados antagônicos nos atos convocados por ocasião do Dia do Trabalho, neste domingo (1º).
De um lado, sindicatos e trabalhadores contra o impeachment da presidente esperam 100 mil pessoas no ato no Vale do Anhangabaú, região central de São Paulo.
Dilma e o ex-presidente Lula já confirmaram presença. Ele deve falar às 13h, e ela, às 14h, segundo a CUT (Central Única dos Trabalhadores), organizadora do evento. Outras lideranças petistas, como o prefeito Fernando Haddad, também foram convidadas.
Dilma pediu aos subordinados, ao longo da semana, um “pacote de bondades” para anunciar no 1º de Maio. Entre elas, a presidente divulgará reajustes de 5% na tabela do Imposto de Renda na Fonte, que não foi corrigida neste ano, e aumento entre 6% e 9,5% na média nos benefícios do Bolsa Família.
A petista tomou a decisão na sexta (29), mesmo frente a resistências da equipe econômica, que avaliava não haver margem para novos gastos.
Diante da possibilidade de ser afastada, Dilma quer acenar às bases sociais e contrapôr o vice-presidente Michel Temer, que mira um pente-fino em programas sociais.
“Queremos atingir o maior número de pessoas possível para denunciar o golpe”, afirma o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, que diz acreditar que a aglomeração pode influenciar o voto de senadores contra a admissibilidade da deposição. A votação deve ocorrer no dia 11 de maio.
O evento da CUT começa às 10h. À tarde, haverá shows de artistas que já se posicionaram anti-impeachment, como Beth Carvalho, Martinho da Vila e Chico César.
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