Investir em servidores preparados para tal fim e prover novos mecanismos e instrumentais de acesso à informação, é o que sugere o documento final da Comissão de Política de Acesso à Informação e à Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), entregue na tarde dessa quinta-feira, 7, à gestão universitária, em reunião na reitoria na presença dos representantes de oito setores da universidade.
Foram cinco meses levantando dados e elaborando o diagnóstico apresentado. Apesar da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) acumular um know how nessa área, os 19 integrantes apontam mais capacitação para quem lida com usuários deficientes; mais materiais acessíveis, como livro eletrônico, digital e audiodescrição; legendas nas comunicações eletrônicas (programação da TVU e vídeos educativos), contratação de mais intérpretes e revisores de texto em braile.
Outras propostas são 50% das vagas do Curso de graduação em Letras-Libras da universidade para surdos; construir ou adaptar salas de aula em formato da letra U, com piso frontal elevado e iluminação com foco adicional. Enfim, “criar mais serviços de acessibilidade à informação dentro da universidade”, concluiu a presidente da Comissão, profa. Catarina Shin Lima de Souza, ao entregar o relatório. Antes de concluí-lo, ela conheceu a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), referência nacional em acessibilidade para surdos.
Acolhidos pela reitora, Ângela Maria Paiva Cruz, e o vice-reitor, José Daniel Diniz Melo, os encaminhamentos vão ser analisados pela área de planejamento da reitoria.
Menu de serviços
Na UFRN, o menu de produtos de acessibilidade à informação consta de um Programa de Tutoria inclusiva, com bolsas destinadas à estudantes de graduação para acompanhamento a alunos com necessidades especiais; empréstimo de tecnologia assistiva, como notebooks, tablets e outros equipamentos adaptados; intérpretes de libras; produção e adaptação de materiais didáticos, inclusive vídeo-aulas e DVDs de filmes, e bolsas para alunos com necessidades especiais.
Entre laboratórios, o aluno com necessidade especial conta com o de musicografia Braille, na Escola de Música; o Laboratório de Acessibilidade na BCZM, produzindo materiais didáticos em diferentes formatos e plataformas, e o Repositório de Informação Acessível (RIA). Quanto à infraestrutura, os novos prédios da instituição estão adaptados e as instalações antigas estão se adequando, entre elas o da reitoria, construído há 30 anos.
Quadro
São 183 alunos com necessidades apoiados pela Comissão Permanente de Apoio a Estudantes com Necessidades Especiais (CAENE/UFRN), dos quais 107 com bolsas. Atualmente, a instituição disponibiliza 14 intérpretes, boa parte deles especialista.
Estudo de sete autores sobre Acessibilidade informacional no universo de alunos com deficiência visual na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, apresentado em evento científico em 2014, revela que 11 alunos com cegueira foram atendidos pela BCZM, em 2013. O trabalho conclui que ao efetivar esse tipo de ação, “a Universidade exerce seu papel de instituição de ensino público, contribui para uma educação de qualidade para todos e a construção de uma sociedade verdadeiramente inclusiva”.
Ainda este ano, a Comissão Própria de Avaliação (CPA/UFRN) fará um estudo sobre o desempenho acadêmico desses alunos, para identificar se precisam de apoio para superar dificuldades no estudo-aprendizagem.
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