Por Vera Magalhães, no Radar Online da Veja:
Muito se fala em Brasília sobre uma operação para cercear a Lava-Jato caso Dilma Rousseff sofra impeachment e Michel Temer assuma. O vice negou que qualquer operação-abafa esteja no bojo das negociações de seu eventual governo.
Conversas muito reservadas em Brasília, tendo como protagonistas aliados fiéis do vice-presidente, no entanto, permitem antever um caminho que, se não terá o condão de parar as investigações, pode cercear a Polícia Federal e o Ministério Público.
Esses emissários estudam a formulação de uma lei — ou de uma emenda à lei anti-corrupção — que estabelecesse prazo-limite para as investigações e que a unidade orçamentária que acusar alguém e, no final, isso não resultar em prova, ficaria responsável por arcar com a sucumbência e com eventuais reparações.
Políticos investigados na Lava-Jato se queixam de que, em muitos casos, Rodrigo Janot abriu inquéritos há mais de um ano e nem oferece denúncias, nem arquiva. Pela proposta, haveria um prazo ao término do qual, sem provas, o procedimento seria arquivado.
No caso do ônus financeiro, a ideia é evitar procedimentos como a prisão temporária do banqueiro André Esteves, por exemplo, sobre a qual hoje até ministros do STF fazem ressalvas. Em um caso como esse, se nada ficar provado, o MPF e a Polícia Federal teriam de arcar com a sucumbência e ainda indenizar Esteves e o BTG por prejuízos provocados pela prisão.
0 Comentários