O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) decidiu nesta terça-feira (5) pela demissão do procurador da república Douglas Kirchner, acusado de participar de episódios de espancamento à própria mulher e de mantê-la em carcere privado.
Ele foi condenado pelo plenário do Conselho por prática de “incontinência pública e escandalosa que comprometa gravemente a dignidade do Ministério Público da União”, de acordo com o CNMP.
Segundo a denúncia, as agressões ocorreram em 2014, quando ele e a mulher, Tamires Souza Alexandre, integravam a seita da Igreja Evangélica Hadar, em Porto Velho (RO). Kirchner teria permitido e presenciado castigos impostos a ela por uma pastora.
Ainda de acordo com a acusação, Tamires chegou a levar uma surra de cipó da pastora por ter jogado sua aliança de casamento fora. A denúncia sustenta que ela também foi mantida em cárcere privado, dormindo no chão da casa onde o procurador morava, sem acesso a itens de higiene pessoal.
O caso foi descoberto depois que a vítima fugiu do alojamento da seita, onde passou alguns dias, e fez uma denúncia ao Ministério Público Estadual de Rondônia.
“Como as atitudes de Douglas Kirchner feriram a imagem do Ministério Público, devido à grande repercussão na imprensa, o relator do processo disciplinar, conselheiro Leonardo Carvalho, votou pela aplicação da pena de demissão”, explica o CNMP.
Como o procurador ainda não havia completado o período de estágio probatório, a demissão será oficializada em ato administrativo, sem a necessidade de um processo judicial para confirmá-la, o que é previsto em casos de procuradores que já tenham adquirido a vitaliciedade.
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