Por Ney Lopes
Quem analise o quadro político-administrativo do estado estará totalmente enganado, se imaginar que o Governador Robinson Faria (RN) esteja numa encruzilhada política, caso rejeite juntar-se politicamente ao PMDB e ao PSDB.
Quem “manipula” a palavra “união” e se diz agregador (sempre invocando o nome do RN), parte de princípio falso do irreversível fortalecimento político das lideranças estaduais peemedebistas e tucanas, com a ascensão de Michel Temer à presidência.
Grupos “iluminados”, da área econômica e política, já cercam o governador e se prontificam a abrir caminhos para a formação do que chamam “coligação imbatível” (não aprenderam a lição de 2014), unindo PSDB e PMDB, partidos que iriam dá “as cartas”, no Palácio do Planalto.
O raciocínio é normal apenas para àqueles que sempre militaram no PG (Partido do Governo).
O RN está cheio desses tipos, que se espreitam nos corredores do poder e penetram nos palácios, ao primeiro sinal de abertura das portas, com digitais conhecidas.
A lealdade é manifestada, sempre ao último governante.
Engana-se com eles, quem quiser.
Avaliação imparcial do quadro político nacional aponta que a tendência hoje confirmada pela mídia, é de que a “a chave do cofre” do possível governo Temer seja entregue a um militante do PSD, partido do governador Robinson Faria, o ex-ministro Henrique Meirelles, quase confirmado para a Fazenda.
Se assim for, o intermediário que o governador Robinson Faria precisará como interlocutores em Brasília seriam os seus correligionários Gilberto Kassab e Henrique Meirelles.
Claro, que o apoio político de bancadas legislativas, sempre é salutar.
Porém, a linguagem usual de deputados estaduais e federais do RN tem sido de que estão dispostos a defender o que beneficiar o Estado e se colocam como independentes para a análise de cada proposta debatida.
Assim sendo, o governo Robinson Faria, agindo com habilidade e sem agressões ao “ego” dos que se acham “donos do Palácio do Planalto”, poderia preservar os interesses estaduais, com o apoio de todos.
O governo Temer – se houver – não terá “donos”, pela necessidade de sobrevivência própria.
Basta constatar que o PMDB é uma sigla desgastada perante a opinião pública, dividida e atingida pela lama das operações policiais, que se sucedem no país.
O PSDB, especialista no “muro”, tenta ser “esperto” e anuncia que apoiará Temer, mas não quer aproximação com ele.
Uma vela a Deus, outra ao diabo!
A esperteza é quase sempre inimiga da eficiência.
Ademais, o partido só pensa em chegar ao poder em 2018 e está inexoravelmente dividido, sem perspectivas de unidade.
Um corpo partidário mutilado não terá preparo físico para a disputa eleitoral próxima.
No Rio Grande do Norte, tudo poderia começar pela montagem de uma estratégia política de “convivência” do governo com diferentes partidos, sem o troca troca que normalmente é exigido, por novos apoios e coligações.
O Brasil – e principalmente o RN – não aguentam mais as práticas do fisiologismo, que sobrecarregam os governos de compromissos políticos “impagáveis”.
A hora é de absoluta transparência no trato dos interesses coletivos, usada inclusive a Internet, como prevenção às chantagens.
A bússola administrativa terá que ser a geração de receitas públicas e o cumprimento rigoroso da lei.
Quem discordar e criar dificuldades, com o único objetivo de obter facilidades, a única saída será coloca-los despidos perante a opinião pública, desde que a população seja previamente informada de tudo, com coragem e destemor.
Se Henrique Meirelles, tão elogiado por todos que cercam o vice Michel Temer, sair-se bem na condução da economia, com certeza poderá ser o Fernando Henrique de 2018, o que facilitaria a reeleição do governador Robinson Faria.
Nesse caso, certamente quem desejará juntar-se ao PSD seriam o PMDB e o PSDB, claro que depois das eleições, em fidelidade à tradição de ambos.
Em política, acontece também o que às vezes não se planeja, porque o acaso é uma forma de atingir objetivos éticos, sem a necessidade de lesões ou compromissos escusos.
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