Por Isabela Palhares
Das 250 mil vagas oferecidas pelo Financiamento Estudantil (Fies) no primeiro semestre deste ano, só 115 mil já foram preenchidas, segundo levantamento do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, que reúne as sete principais associações do segmento. As mudanças nas regras do programa e a prioridade do Ministério da Educação (MEC) para vagas em cursos com baixa demanda seriam as razões para que apenas 46% das vagas estejam preenchidas.
De acordo com Sólon Caldas, diretor executivo do Fórum, a maioria das vagas não preenchidas é de cursos de licenciatura, uma das três áreas priorizadas pelo Fies neste ano (as outras duas são a área de saúde e engenharias). No entanto, ele diz que há sobras em todos os cursos o que indica que é preciso fazer correções ao programa.
“As regras estão muito restritivas e o MEC não está conseguindo fechar a conta. O curso que tem demanda não tem alunos aptos a conseguirem o financiamento. Já os cursos com baixa demanda não têm interessados”, disse Caldas.
Após as mudanças feitas no segundo semestre do ano passado, o Fies passou a impor um limite de renda familiar bruta per capita de 2,5 salários mínimos mensais e passou a financiar uma parcela da mensalidade dos cursos. “O aluno criou uma expectativa, se esforçou, conseguiu o financiamento, mas só depois ficou sabendo que o Fies só iria contemplar 30%, 20% da sua mensalidade. Muitos não conseguem pagar tudo isso”, disse Caldas.
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