Perto de completar um ‘mandato’ de completa inoperância, o viaduto do Baldo ganhou, mais uma vez, um novo prazo para ser entregue. Interditado desde setembro de 2012, um dos principais equipamentos viários da cidade deverá ser entregue em abril.

Deverá. A prefeitura do Natal, inclusive, evita anunciar a data de entrega do equipamento. “Se não chover, a gente entrega”, resumiu o secretário de obras (Semopi) do Município, Tomaz Neto.

A maior parte dos 1.272 dias em que o viaduto permaneceu sob interdição não foram dias de chuvas, no entanto, as obras se arrastam e nenhum dos sucessivos prazos oferecidos à população se cumpriu até aqui. Agora, em abril, o prefeito e candidato à reeleição Carlos Eduardo Alves entregará o viaduto.

Os problemas no cronograma das obras começaram quando a prefeitura licitou um projeto e a empresa vencedora tentou entregar outro. O custo inicial seria de R$ 1.790.000,00. A vencedora da licitação julgou oportuno executar outra ação e que custaria mais de R$ 3 milhões.

Mesmo com laudo que atestava que seu projeto era o mais viável, o impasse se arrastou. Foi quando começaram a oferecer prazos sucessivamente descumpridos. Na internet, uma busca pela expressão “entrega do viaduto do Baldo” retorna, no Google, com 56.700 resultados de prazos amplamente divulgado por blogs, portais, tvs, jornais, revistas, rádios.

Em fevereiro do ano passado, a Semopi prometeu o viaduto para o mês seguinte. As águas do Baldo e de março arrastaram as palavras e o equipamento continuou parado. Em junho, um novo prazo para liberação em setembro. A partir daquele, tal qual a cobrança do IPTU, as promessas foram mensais: outubro, novembro e dezembro passaram com promessas descumpridas.

Em janeiro desse ano, anunciaram para março. E, neste sábado, Tomaz Neto fixou abril. “Vamos entregar em abril de certeza”, garantiu ele, enquanto as águas do canal do Baldo rolavam.

Obras

A previsão inicial R$ 1.790 se transformou em R$ 3,6 milhões, total gasto nas intervenções. Todos os recursos são próprios da prefeitura. Os operários das obras estão instalando placas de borracha entre os pilares e a estrutura para o tráfego, para minimizar o atrito entre o concreto.

“Depois disso é só trocar a substituição dos aparelhos de apoio, colocar a iluminação e fazer o recapeamento”, sintetizou Tomaz antes de arrematar: “E aí será entregue”. Se não chover, é claro.