Do Notícias ao Minuto – Em um artigo publicado em sua coluna semanal na Folha de S. Paulo, o professor livre-docente do Departamento de filosofia da Universidade de São Paulo (USP) Vladimir Safatle critica a atuação do juiz Sérgio Moro no curso da Operação Lava Jato.
Para o professor, o magistrado conseguiu o “inacreditável”: se tornar tão “indefensável quanto aqueles que ele procura julgar”. Para o docente, as últimas ações do jurista mostram que ele afronta o Estado democrático. “Não se luta contra bandidos utilizando atos de banditismo”, revela.
O colunista aponta que a quebra do sigilo e divulgação das conversas grampeadas do ex-presidente com seu advogado constituem crimes graves e o desrespeito à inviolabilidade de comunicação entre cliente e advogado é injustificável, independente de quem seja o cliente. Outro fator grave foi a divulgação de um grampo envolvendo a presidência da República “por um juiz de primeira instância tendo em vista simplesmente o acirramento de uma crise política”.
Safatle continua: “Alguns acham que os fins justificam os meios. No entanto, há de se lembrar que quem se serve de meios espúrios destrói a correção dos fins”.
Para finalizar, o colunista reitera o que já havia dito anteriormente: “não devemos ter solidariedade alguma com um governo envolvido até o pescoço em casos de corrupção. Mas não se trata aqui de solidariedade a governos. Trata-se de recusar naturalizar práticas espúrias, que não seriam aceitas em nenhum Estado minimamente democrático”.
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