O vice-presidente Michel Temer reagiu à estratégia criada por alas do PMDB próximas a Dilma Rousseff para adiar a reunião marcada para denifir o fim da aliança entre PT e PMDB.
“Eu não aceito que me acusem de desunir o PMDB. Estão tentando desmoralizar a convenção do partido”, reclamou Temer.
De acordo com a Folha de S. Paulo, o vice discutiu com emissários de Renan Calheiros (PMDB-AL), que foram até sua casa na terça (22) pregar a necessidade de remarcar o encontro que definirá a saída do PMDB do governo.
A articulação para adiar o encontro decisivo começou em São Paulo após intensa pressão do ex-presidente Lula e de Dilma sobre ministros e quadros do PMDB que ainda estão alinhados com o governo.
Temer se reuniu com o senador Jader Barbalho (PA), que é emissário de Renan. Ele disse ao vice que havia uma maioria do partido favorável ao adiamento da convenção. Temer ficou surpreso mas disse que não iria contra a maioria da sigla.
Quando o vice-presidente embarcou para Brasília, senadores aliados a Renan começaram a divulgar a informação de que ele havia cedido. Ao chegar na capital, a ala do PMDB que defende o rompimento com o governo estava irritada com Temer. Ele ouviu então que a maioria dos diretórios queria manter a definição para o dia 29 e abandonar a base de Dilma.
A Folha destaca que Temer decidiu reafirmar a data da reunião e o grupo de deputados comunicou a decisão a Renan. O vice se reuniu com uma segunda comitiva, na qual estava o deputado Leonardo Picciani, líder do PMDB na Câmara e aliado do governo, e ressaltou que manter a data da reunião dividiria o PMDB. Temer reagiu e afirmou que já havia segurado os ânimos dos insatisfeitos até ali e que os que querem manter cargos no governo deveriam defender sua posição na reunião e ganhar dos dissidentes no voto.
“Para não votar, aceitei aprovar a moção que proibia novas nomeações. E o que vocês fizeram? Nomearam. Isso me desautorizou como presidente do partido”, disse.
0 Comentários