Em discurso na última sexta-feira (4) na tribuna do Senado, o líder do PSDB na Casa, Cássio Cunha Lima (PB), disparou críticas ao governo da presidenta Dilma Rousseff, após a deflagração da 24ª fase da Lava Jato, Operação Aletheia.
“O governo Dilma acabou. O governo Dilma acabou não só com as esperanças a curto prazo do povo brasileiro, mas mutilou a verdade, aniquilou a ética, destruiu concepções de governabilidade com transparência, com tudo que vem sendo revelado nos últimos anos. Este é um processo longo, extenso, de revelações estarrecedoras”, avaliou.
O tucano afirmou que o país foi dormir perplexo com o conteúdo da suposta delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e acordou ainda mais assustado com as notícias de que a Polícia Federal iniciou a nova fase da Operação Lava Jato na casa do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, em São Bernardo do Campo (SP).
Sem a presença de senadores petistas na Casa, coube ao ex-senador e atual governador do Piauí, Wellington Dias, defender o governo e o ex-presidente Lula. Em visita ao Senado, Dias criticou a atuação do juíz Sérgio Moro. “Um juiz que precisa usar linhas arbitrárias como essas, na verdade é porque lhe falta competência. Com tudo que há de instrumento hoje é preciso usar instrumentos da ditadura que nada tem a ver com a democracia para poder arrancar provas. É isso que acho que a gente tem que condenar”, disse sobre a condução coercitiva de Lula para prestar novos esclarecimentos.
O governador também defendeu a presidenta da República. “É uma presidenta eleita pelo voto popular. Os adversários que nos enfrentaram e foram derrotados em 2002, foram derrotados em 2006 , em 2010 e em 2014 e percebendo que não há espaço para ganhar no voto, agora querem ganhar no ‘tapetão’, com falsas regras no jogo, isso a democracia não vai aceitar”, disse.
Cassado
Em 2008, o então governador Cássio Cunha Lima foi cassado por unanimidade pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por uso indevido de dinheiro público. Seu vice, José Lacerda Neto (DEM), também foi obrigado pela Justiça a deixar o cargo.
Embora já reconhecido como Ficha Suja em 2010, Cunha Lima venceu e concorreu a eleição para senador valendo-se da decisão do STF de só aplicar a nova Lei da Ficha Limpa a partir das eleições de 2012. Se a aplicabilidade da lei já estivesse em vigência em 2010, o atual senador sequer poderia candidatar-se a um cargo eletivo.
0 Comentários