1 – Em primeiro lugar acho que Vossa Excelência deve desculpas aos educadores e educadoras de Natal. Na avidez de jogar sobre mim o velho e carcomido argumento de “greve política”, agora escondido sob a acusação de que as reivindicações da greve são um “lance eleitoreiro”, Vossa Excelência se esqueceu que essas reivindicações, assim como a greve, foram aprovadas em assembleia e referendadas pela maioria absoluta da categoria. Educadoras e educadores não são incapazes políticos, que possam servir de massa de manobra de quem quer que seja. São pessoas informadas e perfeitamente capazes de saber o que estão amargando na sua administração e o que querem. Ninguém vai manobra-las. Se duvida disso tente fazê-lo, senhor Prefeito, e terá a resposta à altura.2 – O recolhimento aos cofres públicos dos vultosos lucros que Vossa Excelência apresenta como argumento para os também vultosos investimentos feitos no Carnaval e no Natal em Natal, por si só, são suficientes para reafirmarmos o que temos dito: há dinheiro para a prefeitura honrar os direitos dos educadores. Além disso, se o investimento em festas rende tanto retorno financeiro, imagine o quanto de retorno nossa cidade terá se o investimento for feito prioritariamente em educação pública!3 – Sobre o piso salarial, desafio Vossa Excelência a provar as acusações à minha pessoa acerca da origem dos recursos para o pagamento. O que temos falado, e repetimos, é que o reajuste do Piso em janeiro não é uma dádiva da Prefeitura do Natal. Trata-se de uma medida obrigatória fundamentada em Lei Federal e Municipal.
4 – Chama-nos atenção também o que NÃO foi abordado no texto raivoso publicado nas redes sociais. Nenhuma linha sobre o acordo assinado por Vossa Excelência e rasgado duas vezes; nada também sobre a tolerância dos professores e professoras em mais de um ano de tentativa infrutífera de receber o que lhes é devido. Das 17 reivindicações, apenas uma obteve atenção na sua exposição. Para as demais, NADA! Aliás, na fala de Vossa Excelência temos uma réplica de como foram as respostas da Prefeitura ao longo deste mais de um ano de tentativa de negociação: total desatenção para a maioria absoluta dos nossos direitos.
5 – Os destemperos não merecem resposta. Mas salta aos olhos a tentativa de desqualificação do nosso movimento através do uso de adjetivos como “inverdades”, “politicagem”, “falácias” e “demagogia barata”, tudo isso vindo de um político tradicional, membro da oligarca família Alves. É como se a Cidade e o Estado fossem feudos e o poder político uma exclusividade das famílias da alta elite, que não podem ser ameaçados pela luta por direitos, mesmo que reconhecidamente legais.”
Fátima Cardoso
Coordenadora Geral do SINTE/RN
Fonte Agora RN
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