Advogado de Gutson Johnson Giovany Reinaldo Bezerra, acusado de ser o líder do esquema que desviou milhões do Idema, Fábio Hollanda questionou nesta terça-feira (24) a atuação do Ministério Público do RN no caso. Isso porque, segundo ele, o promotor que está a frente do caso “defende” o deputado Ricardo Motta, enquanto outro réu do processo, Clebson José Bezerril, “mente descaradamente” com a conivência do MP.
Explica-se: na semana passada, Fábio Hollanda tentou, ainda sem sucesso, fazer seu réu assinar um acordo de delação premiada para o caso, entregando alguém que estaria “acima dele” no esquema: o deputado Ricardo Motta, que até então nem citado no esquema havia sido. A assinatura permitiria que Gutson tivesse a pena consideravelmente reduzida ou conseguisse, até mesmo, o perdão judicial. Contudo, o MP preferiu não assinar o acordo, por não ter nada além do depoimento do próprio Gutson contra o parlamentar.
“Eu acho até que o promotor foi muito rápido em defender Ricardo Motta. Se formos usar a régua do promotor Paulo Batista, não teríamos nem Mensalão, nem Lava Jato”, afirmou Hollanda, se referindo a fala do promotor Paulo Batista, que afirmou em entrevista que o mero depoimento não é suficiente para garantir a delação premiada.
Em entrevista concedida a 96 FM, Hollanda disse não ter “só depoimento”. Repetiu ter, também, uma testemunha que confirma os encontros e os registros das várias ligações que recebeu de Ricardo Motta. “Existia um delator, que é Clebson. Inclusive, Gutson nem senha do Ciaf tinha. Era Clebson que tinha essa senha. E esse delator que só entrou com a palavra”, afirmou Hollanda, criticando o fato de Gutson não ter conseguido entrar também “só com a palavra”.
O advogado, no entanto, foi além: disse que Clebson mente com relação ao que teria desviado do Idema. “Esse homem mente descaradamente, com o beneplácito do Ministério Publico”, reclamou, sem citar, no entanto, o patrimônio hoje do seu cliente ou confirmar que ele pretende devolver o dinheiro desviado em caso de assinatura da delação.
Fonte: Agora RN
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