Os valores pagos aos artistas potiguares nos shows do Natal em Natal são vistos como uma “falta de respeito” pelo vereador Sandro Pimentel (PSOL). Conforme publicou o Agora RN, cantores potiguares recebem cachês cerca de 20 vezes menores que os de artistas nacionais. A cantora natalense Krystal, por exemplo, uma das atrações da festa natalina elaborada pela Prefeitura do Natal, recebeu R$ 6 mil por sua apresentação. Já as atrações nacionais receberam uma média de R$ 100 mil, com recursos em sua maior parte bancados pelo Ministério do Turismo, com contrapartidas da Prefeitura do Natal.

“Isso é o que chamo de falta de respeito com os artistas locais, é como se os artistas locais fossem descartáveis, fossem objetos sem nenhum valor. Se a gente olhar, que diferença musical, que diferença do ponto da qualidade vocal têm esses artistas nacionais com diversos outros que nós temos aqui na nossa cidade? Claro, a fama, o nome, mas não é possível essa diferença gigante”, critica o vereador.

Para se ter uma ideia da diferença “salarial” entre os artistas da terra e os nacionais, Elba Ramalho saiu de Natal com R$ 120 mil no bolso, Paralamas do Sucesso custou nada menos do que R$ 158 mil, Fafá de Belém e Margareth Menezes ganharam, cada uma, R$ 100 mil. Até mesmo a paraibana Lucy Alves, que ganhou fama ao participar do programa The Voice Brasil – na mesma edição que também teve a participação de Krystal – ficou com um cachê bem superior ao da potiguar: R$ 45 mil. Para o vereador, a Prefeitura “discrimina e desrespeita” os artistas locais e o único critério adotado para o pagamentos dos cachês é a “importação” dos músicos de fora.

O vereador lamenta também que a quantia que, no fim das contas, é destinada aos cantores locais é ainda menor, pois quando se pagam os músicos, sonoplastas e demais profissionais responsáveis por manter a estrutura da banda, “o artista fica com quase nada”.

“É quase zero o cachê que ele recebe, além de ficar obrigado a pagar um cachê muito baixo aos músicos. Então de fato, a cada ano fica comprovado que o prefeito Carlos Eduardo não preza e não respeita os artistas locais. Infelizmente, chega a ser revoltante. E o pior, os de fora já saem com dinheiro no bolso, mas os daqui, se for como no ano passado ficaram cerca de três meses para poder receber”, declara.