O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB) afirmou que Fábio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal (CEF), foi uma indicação do atual ministro do Turismo, Henrique Alves (PMDB) para o cargo.
Cleto é investigado por corregedoria da Caixa após ter sido demitido pela presidente Dilma Rousseff ainda no ano passado, sob suspeitas de cobrar propina. A Caixa determinou a instauração de processo de apuração de todas as operações efetuadas na revitalização da região portuária do Rio e, em particular, das decisões de Fábio Cleto envolvendo o projeto.
As ações do ex-funcionário também são alvo de investigação da Procuradoria-Geral da República na Operação Lava-Jato. Nesse caso, a apuração prioriza o rastreamento das contas internacionais usadas para receber a propina paga pelas empreiteiras.
Como vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa, Fábio Cleto criou dificuldade para aprovar um aporte de recursos do FGTS, em torno de R$ 1,5 bilhão, para as obras do projeto de revitalização do porto do Rio. Ele chegou a assinar um parecer desaconselhando o investimento, mas mudou de ideia após dizer-se convencido pelos argumentos técnicos apresentados pela vice-presidência de Gestão de Ativos de Terceiros.
Os procuradores investigam agora se, por trás das decisões de Cleto, estaria mais um caso de extorsão supostamente praticada por Eduardo Cunha, desta vez tendo como alvo a concessionária Porto Novo, responsável pela execução do projeto Porto Maravilha. Entretanto, Cunha nega, afirmando que a indicação de Cleto foi do atual ministro do Turismo. “Cleto foi indicado por Henrique Alves”, afirmou Eduardo Cunha, em entrevista este sábado ao jornal Folha de S. Paulo.
Na oportunidade, o presidente da Câmara foi indagado acerca das investigações da Lava Jato, uma vez que Cleto foi um dos alvos de busca e apreensão pela Polícia Federal, durante a Operação Catilinárias (desdobramento da Lava-Jato).
Segundo as investigações, na condição de representante titular da CEF no Conselho Curador do FGTS, ele exercia um papel-chave na aprovação de recursos para o Porto Maravilha. A concessionária que toca a obra desde 2011 é formada pelas empreiteiras OAS, Carioca Engenharia e Odebrecht.
Agora RN
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