Pernambuco mostrou o caminho das pedras. Após suspeitas de corrupção e de consagração contratual lesiva para o Estado da Arena feita para sediar parte da copa do mundo de futebol de 2014, o governo daquele ente federado averiguou, através da FGV, os termos da sua relação com a Odebrecht, detentora da concessão do equipamento. O estudo apontou que o contrato foi abusivo e alicerçado em perspectivas inexistentes e sugeriu seu rompimento (veja matéria da agência estado aqui).
A semelhança com a situação do Rio Grande do Norte pode não ser mera coincidência. A Procuradoria Geral da República acusa agentes públicos pela cobrança de suborno da OAS, para a aprovação do contrato de construção da Arena das Dunas. O pedido de abertura de inquérito foi encaminhado à presidência do Supremo Tribunal Federal por envolver o senador José Agripino (DEM), que tem foro privilegiado, para ser redistribuído. O caso é mantido oculto no sistema do Tribunal.
A construção da Arena das Dunas custou R$ 423 milhões. Desse total, R$ 100 milhões foram financiados pela OAS; o restante, pelo Governo do Rio Grande do Norte via BNDES. O governo paga mensalmente cerca de R$ 12 milhões de reais. Ao final de duas décadas em que a OAS, que já lucrou com a própria construção e ganhará com a administração exclusiva do empreendimento durante o período, devolverá o equipamento ao RN. E a viúva terá desembolsado mais de R$ 1,5 bilhão, ou 3 Arenas e alguns bons quebrados.
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