03/10/2015
10:48

Por Saulo de Castro

Esquema foi descoberto a partir de interceptações de ligações entre PMs e traficantes (Foto: Wellington Rocha/PortalNoar)

“A honestidade não serve para nada”. Este era o lema dos policiais militares investigados na Operação Novos Rumos, deflagrada esta semana pelo Ministério Público e que culminou na prisão de 12 PMs do 9º Batalhão, sediado no bairro de Cidade da Esperança, zona Oeste de Natal.

A partir de interceptações de conversas telefônicas entre os policiais que se deslocavam na viatura 924 e traficantes da região, ficou evidenciado o recebimento de vantagem indevida por parte dos PMs para permitir a continuidade de praticas criminosas como trafico de drogas a proteção de comerciantes proprietários de casas de jogos de azar.

O monitoramento das conversas expuseram ainda detalhes da conduta criminosa dos policiais que recebiam desde queijo e objetos, como aparelhos celulares, até mesmo altas quantias semanais em dinheiro. O objetivo era garantir a “vista grossa” para os delitos cometidos pelos traficantes com os quais mantinham acordo.

Um dos diálogos interceptados mostra como agiam os policiais. A gravação feita na viatura mostra que durante uma abordagem a um suspeito, o mesmo relembra a um dos policiais de uma arma que o próprio policial havia tomado durante uma ronda em uma festa.

Na mesma ocasião, o suspeito comenta que os PMs teriam seguido até a casa dele para fazer uma revista, onde foram encontrados diversos celulares da marca iphone, além de uma quantia no valor de R$ 2 mil. A gravação mostra que os policiais negociaram liberar o suspeito em troca dos celulares e do dinheiro, que foi devido entre os ocupantes da viatura.

Em outra situação registrada, os policiais realizam uma abordagem em um veículo suspeito e encontram uma pistola com um dos ocupantes do veículo. Os PMs tentam negociar a devolução da pistola em troca de uma quantia de R$ 2 mil. Após a negociação, os policiais liberam o cidadão e vão embora com a pistola, alguns queijos e mais R$ 1.200. O suspeito em questão que era um vendedor de queijo que teve todo o seu apurado tomado pelos policiais.

Em dado momento os PMs deixam claro o lema que carregavam no esquema criminoso. Durante uma conversa enquanto circulavam na viatura pela região, um dos PMs, identificado apenas como Pereira diz que outro policial mais antigo teria soltado uma indireta para ele alertando que o maior bem que se tem é honestidade.

O policial identificado como Prereira continua; “Policiais falam que honestidade não serve de nada nesse mundo corrupto. Se os políticos não são honestos, por que os policiais deveriam ser.”, Questiona ele aos comparsas.

Publicado por: Chico Gregorio

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