A ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP) foi listada como uma das cinco piores agentes políticas do Rio Grande do Norte. De acordo com reportagem do portal AgoraRN (www.agorarn.com.br), cientistas políticos analisaram as gestões recentes em nível de Estado e enumeraram àqueles cuja lembrança se apresenta de forma negativa na cabeça dos potiguares.

“Veio de Mossoró, de onde saiu com índices positivos de avaliação e uma administração reconhecida, mas não conseguiu repetir o feito como governadora do Rio Grande do Norte. Rosalba Ciarlini é apontada também pelos especialistas como uma das piores administrações que o Estado já teve, em seu governo que durou de 2010 até o ano passado”, diz trecho da reportagem postada ontem no portal de noticias sediado em Natal.

O cientista político João Evangelista foi ouvido pelo Agora RN. De acordo com a sua análise a respeito da gestão da médica mossoroense, “o grande problema da administração da ex-governadora foi que o centro de poder estava nos bastidores, na pessoa do esposo de Rosalba, Carlos Augusto Rosado, que chegou a ser secretário chefe de Gabinete Civil de seu governo”. A exemplo do que ocorreu em suas três administrações em Mossoró como chefe do Poder Executivo municipal, a figura do ex-deputado Carlos Augusto imprimia a autoridade do “prefeito de fato”.

Um ex-vereador que esteve na base de apoio do segundo governo Rosalba Ciarlini lembrou à editoria de Política da GAZETA DO OESTE momentos de extrema pressão como aliado do rosalbismo. No entanto, as informações só foram repassadas mediante um compromisso do repórter com a fonte. “Por favor, não gostaria que você citasse meu nome na sua reportagem. Esse povo é muito perseguidor e usa o Poder para massacrar que se opõe ou coloca no caminho dele”, pediu em tom de preocupação a fonte. Com o compromisso assumido, o ex-vereador lembra as pressões que o ex-deputado Carlos Augusto dava nos servidores da Prefeitura e também nos vereadores da base aliada. “Muitas vezes ele passava em minha casa 23h me chamando para da uma volta rápida, mas na verdade, ele estava me levando para o Palácio da Resistência. Quando nós chegávamos, já estavam praticamente todos os vereadores da base. Essas reuniões geralmente viravam a madrugada e sempre acontecia às vésperas de votações importantes na Câmara Municipal. Sempre muita pressão em cima de nós, tanto que até hoje tomo remédio controlado”, desabafou o ex-vereador que abandonou a vida pública no início da década de 2000, migrando para a iniciativa privada. “Hoje eu tenho vida, não me envolvo e nem quero envolvimento com política”, conta. Ao ser questionado pela editoria de política da GAZETA DO OESTE a respeito do nome da ex-governadora e ex-prefeita Rosalba Ciarlini listada como uma das piores políticas do Rio Grande do Norte, o ex-vereador foi incisivo: “foi uma decepção o governo Rosalba. Eu não surpreendi, afinal foi uma administração completamente nula. Apesar de ter saído de Mossoró há mais de dez anos, acompanhei o desenrolar da obra do Complexo Viário da Abolição com perplexidade e para mim sacramentou a incapacidade gerencial de Rosalba ao ter quatro anos para ‘tocar’ a obra e assim não teve competência para isso. Foram quatro anos perdidos para o Estado”.

Ainda de acordo com o cientista político João Evangelista, ao ser entrevistado pelo portal AgoraRN, a gestão Rosalba Ciarlini foi nula em se tratando de uma marca ou mesmo uma obra significativa para o Estado.

“Foi um governo que não teve nenhuma marca expressiva, a grande obra foi Arena das Dunas, mas que deixou o Estado endividado por alguns anos. E não teve avanços substanciais na segurança, o Estado ficou parado, foi uma frustração total”, raciocinou o professor e cientista político João Evangelista, que apenas citou Rosalba e Micarla como piores do RN.

Para o conceituado jornalista natalense Joaquim Pinheiro, o grande problema da ex-governadora Rosalba Ciarlini foi a influência do ex-deputado Carlos Augusto Rosado que, segundo ele, é agente político cuja ‘praxis’ remete ao modus operandi dos antigos coronéis do Nordeste. O jornalista Joaquim Pinheiro também considerou equivocada a instalação da “república de Mossoró” na administração estadual, deixando de considerar os quadros capacitados que se encontram na capital do Estado.

“Ela foi criticada por ter atrasado salários e também teve uma influência negativa do ex-deputado Carlos Augusto Rosado, político superado com práticas retrógradas”, analisou o jornalista Joaquim Pinheiro.

Apresentador de TV entre os piores políticos do Estado

O portal Agora RN incluiu na lista dos piores políticos do Rio Grande do Norte, o ex-vereador e ex-deputado federal Paulo Wagner. “Famoso por suas aparições diárias na TV Ponta Negra, apresentando o programa Patrulha Policial, Paulo Wagner candidatou-se pelo Partido Verde (PV) e foi eleito deputado federal em 2010 com 55.086 votos. Em sua breve passagem pela Câmara dos Deputados, Paulo Wagner não conseguiu obter o reconhecimento e a estima do eleitorado, assim como conseguiu junto ao seu público quando em seus tempos de apresentador de TV”, diz a matéria, acrescentando que em 2013, o então deputado começou sua saga em busca de se aposentar, pela Câmara dos Deputados, por invalidez. Em dezembro de 2014, foi assinado no Diário Oficial da União a aposentadoria do deputado federal. A publicação foi assinada pelo então presidente da Câmara, deputado Henrique Alves, hoje ministro do Turismo. Ele ainda chegou a ser candidato a deputado federal novamente pelo Partido Verde no ano passado, mas não foi eleito, obtendo 5.985 votos.

Micarla é nome certo na lista dos piores do RN

“Em menos de um mandato, já que não conseguiu sequer completar os quatro anos à frente da Prefeitura do Natal. A ex-prefeita Micarla de Sousa deixou marcas profundas na cidade. Filha do ex-senador Carlos Alberto, Micarla não conseguiu arrebanhar o prestígio de seu pai na política e deixou a administração com altos índices de rejeição e com uma série de reclamações por parte da população natalense”, diz a reportagem do portal Agora RN de ontem, destacando a ex-prefeita de Natal como uma das piores agentes políticas em nível de Rio Grande do Norte.

O cientista político Antônio Spinelli entende que a passagem da jornalista Micarla de Sousa pela Prefeitura rendeu a ela o título de pior administradora que a gestão municipal já teve em todos os tempos.

“Administração que não deixou nada de positivo, nada que se possa numerar, não fez nada, deixou a cidade praticamente destruída, destruiu fisicamente a cidade, a estrutura urbana da cidade não realizou nenhuma obra importante. Desorganizou os serviços públicos, nada funcionava. Foi uma administração caótica, personalista, em que a prefeita não enxergava nada, parecia viver num mundo à parte. Todos viam defeitos e ela achava que fazia uma grande administração”, avaliou o cientista político.

Aldo Tinoco frustrou a confiança dos natalense

O portal Agora RN citou ainda o engenheiro sanitário Aldo Tinoco que foi prefeito de Natal entre 1993 e 1996, após vencer a eleição contra o veterano Henrique Alves, do PMDB. Ao portal Nominuto.com, o ex-prefeito de Natal afirmou que sua gestão foi a melhor que Natal já teve e que sua administração foi jogada contra a população potiguar por forças oligárquicas que não concordaram com seu “estilo visionário de gerir a cidade”. Para o jornalista Joaquim Pinheiro, “Aldo Tinoco não foi um bom prefeito, rompeu com indicadora dele [Wilma de Faria], e não era político na essência, era um técnico, e prefeito precisa aliar política e técnica pra desenvolver um bom trabalho”.

Do governo para a prisão: Fernando Freire entre os piores

“Fernando Freire foi governador do Rio Grande do Norte entre 2002 e 2003. Embora tenha passado apenas um ano no governo, nesse curto período ele conseguiu praticar atos que o colocaram na posição de único ex-governador do RN a ser preso”, informa o portal Agora RN.

Segundo o cientista político Antonio Spinelli, Freire como gestor não conseguiu atingir um nível satisfatório de aprovação popular. Spinelli ressaltou o amadorismo em suas propostas como candidato à reeleição.

“Ele tentou se reeleger, e foi aquele desastre, o governador na TV falando do sopão; ridículo um governador apresentar como grande realização da administração dele uma sopa. Configurava um festival de besteiróis”, afirma Antônio Spinelli. Em 2014, Freire foi condenado a seis anos de prisão e a pagamento de multa por apropriação indevida de dinheiro público. A polícia, no entanto, não o encontrou em seu endereço. Ele estava foragido. No dia 25 de julho passado, Fernando Freire foi localizado na orla de Copacabana, onde foi preso e logo após transferido para o RN, onde se encontra detido no Quartel da Polícia Militar, no Bairro do Tirol.

Gazeta do Oeste.