Do Uol – Josias de Souza – Em meio a tantas evidências de que as versões de Eduardo Cunha não correspondem aos fatos, algum peemedebista poderia representar contra ele no conselho de ética partidário. Mas sucede o oposto. No ápice do derretimento moral do personagem, o PMDB organiza uma homenagem para ele. Na quarta-feira, a pretexto de inaugurar um retrato de Cunha na galeria de ex-líderes da bancada peemedebista, os deputados federais da legenda oferecerão uma oportunidade para que Cunha faça um discurso e seja calorosamente aplaudido.
A homenagem foi organizada pelo atual líder do PMDB, Leonardo Picciani. Há duas semanas, Picciani distanciara-se de Cunha para negociar com Dilma Rousseff a acomodação de dois deputados do baixo clero do PMDB da Câmara na Esplanada dos Ministérios. Dizia-se que a relação entre ambos trincara. Bobagem. Nessa ocasião, Cunha tramava com a oposição a abertura de um processo de impeachment contra Dilma. Hoje, o presidente da Câmara está mais preocupado em salvar o próprio mandato. E Piccicani se equipa para reivindicar o comando da Câmara.
O barulhinho que se ouve ao fundo é o ruído de Ulysses Guimarães, ex-líder do PMDB e ex-presidente da Câmara, se revirando no fundo das águas de Angra dos Reis, onde desapareceu há 23 anos e 17 dias, em 12 de outubro de 1.992
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