“O quadro é dramático”. Este é o parecer do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte, José Vieira, sobre a situação do estado no setor agropecuário que padece com o quinto ano consecutivo de seca. “(O momento) É de desespero do setor agropecuário, principalmente no nosso interior. Nós não tivemos produção agrícola que não seja irrigada já há quatro anos”, afirma.Vieira cita como exemplo a queda na produção e renda de alguns produtos tradicionais no estado. “Nossa produção de castanha caiu mais de 90%. Muitos cajueiros morreram e outros mais antigos os produtores estão cortando para poder fazer renda. A produção de leite caiu, nosso rebanho também foi reduzido”. O presidente da Faern diz que sequer é possível mensurar as perdas com a falta de água. “O prejuízo é incalculável porque a seca não terminou. Ele é permanente. Nós não tivemos produção agrícola esse ano. Por exemplo, grãos o Rio Grande do Norte não produziu praticamente nada. Produção de castanha também foi muito reduzida. Produção de mel esse ano praticamente não teve. O Rio Grande do Norte era exportador de mel. Chegamos a exportar 900 mil toneladas de mel e não estamos exportando nem um quilo de mel”, lamentou Vieira. Apesar da crise, José Vieira aponta que a saída é investir na produção irrigada. “As frutas, quando a agricultura é irrigada, tem sustentabilidade”. Embora o período seja de crise, ele explica que o setor agrícola conseguiu manter um superávit. “O único setor que foi positivo, superavitário, que teve mais admissão do que demissão foi o setor agrícola. É um contrassenso, mas mostra claramente que o caminho é a agricultura irrigada. Nós precisamos aproveitar o máximo possível as áreas possíveis de irrigação.
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