30/09/2015
07:47

Folha de São Paulo – Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), entraram em conflito nesta terça (29) sobre o financiamento empresarial de campanhas, o que pode inviabilizar a sessão desta quarta sobre vetos presidenciais a projetos da chamada pauta-bomba, que oneram a União.

A base de apoio a Dilma Rousseff pretendia dar um sinal de austeridade e força política ao manter na sessão conjunta do Congresso as decisões da petista que barraram projetos com custo estimado de R$ 63 bilhões para os próximos quatro anos.

A divergência no PMDB começou no início da tarde, quando Cunha exigiu que Renan colocasse em votação, já nesta quarta, o veto de Dilma às doações empresariais a partidos e candidatos.

A intenção de Cunha era derrubar o veto ainda nesta semana e garantir a permissão do financiamento empresarial na campanha de 2016 –alterações na legislação eleitoral só valem se tomadas até 2 de outubro (um ano de antecedência).

O presidente do Senado, porém, rejeitou o pedido. Disse que o veto deverá ser apreciado apenas em uma próxima sessão. “Há um pedido reiterado do presidente da Câmara no sentido de que esse veto também seja apreciado amanhã [quarta]. É impossível porque há uma prioridade que é a conclusão da apreciação dos outros vetos. Estes, sim, estão tensionando o Brasil e é preciso resolver isso”, disse Renan.

Aliados de Renan afirmaram que ele não gostou do tom de Cunha e, além disso, enfrenta resistências na Casa à articulação para tentar reavivar a possibilidade de empresas financiarem candidatos.

Neste mês, o STF (Supremo Tribunal Federal) considerou que doações empresariais a partidos e candidatos é inconstitucional, o que levou Dilma a vetar esse ponto da reforma política aprovada no Congresso. O veto foi publicado nesta terça.

Publicado por: Chico Gregorio

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