Folha de São Paulo – Natuza Nery – A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (24) que o governo errou ao só perceber que a crise econômica era muito maior do que se esperava entre os meses de novembro e dezembro do ano passado –depois que já havia sido reeleita.
Em entrevista à Folha e a outros dois jornais, Dilma afirmou que a reforma administrativa anunciada pelo Palácio do Planalto vai cortar, além de dez ministérios, 1.000 dos cerca de 22,5 mil cargos de confiança existentes hoje.
A presidente reconhece que as mudanças vão trazer alguma dificuldade política, mas afirmou que é necessário fazê-las. Ninguém, porém, será preservado dos cortes, nem mesmo seu partido, o PT.
“Vamos passar todos os ministérios a limpo”, disse ela.
Dilma fez um forte desagravo a dois de seus principais aliados políticos: o vice-presidente Michel Temer (PMDB), quedevolveu parte da articulação política à presidente, e ao ex-presidente Lula.
Questionada sobre a frase dada pelo vice de que era preciso “alguém” para reunificar o país, a petista afirmou haver muita “intriga” no ar. “Não acho que o Temer falou com a intenção que atribuíram a ele. Ele é de extrema lealdade comigo”, defendeu. “A primeira fase da articulação política (com a aprovação do ajuste fiscal) é um sucesso.”
Sobre Lula, disse não achar “correto atitudes de tentar diminuí-lo”, de tentar “envolvê-lo. “Passam de todos os limites”, disse ela, referindo-se à bomba lançada contra o Instituto Lula e ao boneco do presidentelançado durante as manifestações de 16 de agosto com roupa de presidiário.
Para a petista, atos de intolerância são inadmissíveis e “fascistas”.
Dilma Rousseff afirmou, ainda, que ninguém pode interromper o processo da Lava Jato, mas defendeu que, quanto mais rápidas e efetivas forem as investigações, melhor.
0 Comentários