A Operação Lava Jato, que já entrou para a história das investigações de corrupção no Brasil, poderá perder um dos seus maiores mecanismos de apuração: a delação premiada. Pelo menos é no que apostam os advogados de defesa dos supostos envolvidos com o esquema. A defesa de políticos e empreiteiros repudia a forma como as delações estão sendo conduzidas.
O atual advogado dos senadores Edison Lobão (PMDB-MA), Ciro Nogueira (PP-PI), Romero Jucá (PMDB-RR) e a ex-governadora (PMDB-MA) Roseana Sarney, Antônio Carlos de Almeida Castro, desistiu de defender a peça chave da operação, o doleiro Alberto Youssef, quando ele optou por fazer o acordo de delação premiada.
Sonho de cliente para maior parte dos advogados criminalistas do país, Youssef deixou de ser uma boa defesa para Antônio Carlos. Revogar a causa do doleiro teve duas motivações: “Primeiro, sou contra a forma em que se faz delação no Brasil e, depois, porque eu sabia que ele ia falar contra uma série de clientes e ex-clientes meus”.
Para o advogado, também conhecido como “resolvedor-geral da República” por já ter defendido quase uma centena de políticos da esfera federal, as delações devem ser anuladas. “A forma que esses acordos estão sendo usados, em que há uma séria pressão para as pessoas fazerem a delação, além de usá-las como provas produzidas independente de investigação, levará fatalmente a anulação da maioria das delações”, opina ele.
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