23/06/2015
11:28

Por Paulo Moreira Leite

A acareação entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa terminou num conflito inconciliável de versões, levando a uma conclusão óbvia: um dos dois está mentindo.

Ocorreu aquela situação na qual, com o perdão do vocabulário, mas apenas em respeito às palavras originais de um procurador que alertou para o risco que uma acareação representar. Lembrou o que costuma acontecer quando se mexe em “bosta seca….” Você pode imaginar, certo?

É razoável perguntar o que acontece daqui para a frente.

Foi a partir da delação premiada dos dois que o Ministério Público construiu a denuncia da Lava Jato, emparedou Lula, esvaziou o governo Dilma e criou um ambiente de terror nos meios políticos e na economia.

A base da delação premiada reside na confiança absoluta do delator que, obviamente, não pode mentir.

Também não pode fantasiar fatos, nem permitir-se um exercício que os psicanalistas chamam de fabulação. A simples delação premiada de Alberto Youssef já era colocada em dúvida antes disso. Está provado que ele mentiu em outra investigação, sobre o Banestado. Por esse motivo, o juiz aposentado Gilson Dipp, um dos maiores especialistas no assunto já questionou seu depoimento, em parecer enviado ao Supremo.

Sabemos agora que Costa e Youssef não lembram dos mesmos fatos quando falam de uma possível entrega de R$ 2 milhões para a campanha de Dilma, num pagamento que teria Antonio Palocci como intermediários.

Sabemos também que enxergaram coisas diferentes quando se referem a um pagamento para Roseana Sarney.
Do que mais não irão lembrar-se daqui para a frente? Do que mais irão esquecer?

Publicado por: Chico Gregorio

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