A acareação entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa terminou num conflito inconciliável de versões, levando a uma conclusão óbvia: um dos dois está mentindo.
Ocorreu aquela situação na qual, com o perdão do vocabulário, mas apenas em respeito às palavras originais de um procurador que alertou para o risco que uma acareação representar. Lembrou o que costuma acontecer quando se mexe em “bosta seca….” Você pode imaginar, certo?
É razoável perguntar o que acontece daqui para a frente.
Foi a partir da delação premiada dos dois que o Ministério Público construiu a denuncia da Lava Jato, emparedou Lula, esvaziou o governo Dilma e criou um ambiente de terror nos meios políticos e na economia.
A base da delação premiada reside na confiança absoluta do delator que, obviamente, não pode mentir.
Também não pode fantasiar fatos, nem permitir-se um exercício que os psicanalistas chamam de fabulação. A simples delação premiada de Alberto Youssef já era colocada em dúvida antes disso. Está provado que ele mentiu em outra investigação, sobre o Banestado. Por esse motivo, o juiz aposentado Gilson Dipp, um dos maiores especialistas no assunto já questionou seu depoimento, em parecer enviado ao Supremo.
Sabemos agora que Costa e Youssef não lembram dos mesmos fatos quando falam de uma possível entrega de R$ 2 milhões para a campanha de Dilma, num pagamento que teria Antonio Palocci como intermediários.
Sabemos também que enxergaram coisas diferentes quando se referem a um pagamento para Roseana Sarney.
Do que mais não irão lembrar-se daqui para a frente? Do que mais irão esquecer?
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