01/06/2015
16:54

WASHINGTON – A demora na aprovação do ajuste fiscal contribuiu para a manutenção da expectativa negativa do mercado financeiro em relação à economia brasileira, afirmou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na capital americana, pouco antes de participar de seminário do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a América Latina. Levy, porém, mantém o otimismo e acredita que o Produto Interno Bruto (PIB) irá reagir no segundo semestre.

A economia será favorecida, disse Levy, por medidas que o governo começará a anunciar nos próximos dias, como o Plano Safra 2015/2016 e o novo programa de concessões. A presidente Dilma Rousseff antecipou, semana passada no México, que uma terceira edição do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, também sairá do papel.

— Eu acho que se nós tomarmos as providências necessárias com rapidez, nós temos bastante chance de ver uma ver um segundo semestre, uma segunda metade do ano, favorável para a economia.

Segundo pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central, após a divulgação do PIB do primeiro trimestre pelo IBGE, o mercado piorou de 1,24% para 1,27% a magnitude da recessão esperada para 2015. Também antevê, diante da persistência da inflação elevada, duas novas rodadas de elevações dos juros: 0,5 ponto percentual esta semana, para 13,75%, e 0,25 ponto no próximo encontro do Copom, para 14% ao ano

Para Levy, o desânimo do setor privado com a economia, em contraste com o otimismo contido do governo, “é normal”:

— Acho que, em geral, tem um período em que você mergulha e depois começa a recuperar. Talvez, em parte, algumas das discussões tenham demorado um pouquinho mais (para serem aprovadas) no Congresso, entre outros lugares, do que o previsto inicialmente e isso tenha levado a esta atualização do mercado.

O ministro avalia que, a partir da próxima semana, estímulos adicionais ao ajuste fiscal serão oferecidos à recuperação da economia. Esta semana ainda, disse ele, Dilma anunciará um novo plano de safra “muito robusto”, que atenderá às expectativas “de um setor que também vai nos ajudar a passar este ano”.

— O importante é a gente continuar avançando, o governo está se dedicando para anunciar as coisas que têm que ser anunciadas, continuar a economia operando. Tem a própria questão da infraestrutura, que a presidente também deve anunciar brevemente. Acho que tudo isso vai dando a direção e o fôlego para a nossa economia passar esta fase de travessia — afirmou Levy.

Esses passos, porém, não substituem reparos mais profundos que devem ser feitos na economia brasileira, as chamadas reformas do lado da oferta, explicou o ministro da Fazenda:

Publicado por: Chico Gregorio

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