A desculpa é que há muito trabalho a ser feito. Por isso nem Juan Angel Napout, presidente da Conmebol, nem Marco Polo del Nero, presidente da CBF, nem qualquer outro dirigente sul-americano deram as caras no Chile para a Copa América 2015. Estranho, não? Ainda mais quando há um hotel oficial reservado, só à espera dos visitantes.
Mas por trás da justificativa oficial existe um tratado assinado entre Chile e Estados Unidos de 1902 que tira o sono dos dirigentes e pode ser o motivo principal da distância para o país vizinho. “O tratado vale apenas para acusados ou condenados por homicídio, incêndio, roubo, fraude”, diz o advogado Jorge Baraona, do escritório Larrain e Associados, de Santiago, uma das maiores autoridades em direito internacional do país.
Embora não tenha nada claro sobre lavagem de dinheiro, o item fraude pode incluir os dirigentes da Conmebol que ainda são investigados pelo FBI. “Já os chilenos não podem ser extraditados aos Estados Unidos, nem os estrangeiros cujos delitos estejam prescritos”, explica Baraona, dizendo que delitos com mais de dez anos entram nesse caso. “Também não entra no tratado delitos políticos”, adiciona.
O advogado não quis entrar no mérito, mas pelo que acompanhou pela imprensa do caso Fifa, não existem delitos investigados que tenham mais de dez anos. Portanto, um possível medo dos dirigentes sul-americanos de viajar ao Chile está explicado. Em caso de serem presos no Chile, eles ficariam em prisão especial até que a extradição fosse efetivada. “De maneira alguma ficariam junto a presos comuns”, disse.
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